O tricampeão nacional de futebol Benfica reforçou as ambições apesar de perder duas peças influentes, o Sporting manteve o grupo e fez várias contratações, enquanto o FC Porto tenta reconstruir-se e depende da capacidade de alguns ‘desconhecidos’.

O Benfica de Rui Vitória perdeu os influentes Renato Sanches e Gaitán, mas as vendas milionárias permitiram contratações que, trabalhadas, podem fazer esquecer dois dos principais responsáveis do último título – as prováveis saídas de Talisca e Carcela pouca diferença fazem.

O jovem extremo argentino Cervi (ex-Rosário Central) entrou direto para o ‘onze’ que conquistou a Supertaça, por 3-0 sobre o Sporting de Braga, e, face à sua exibição e golo, promete fazer esquecer Gaitán em pouco tempo.

O médio André Horta (ex-Vitória de Setúbal) também entrou na equipa que ainda tem à espera de oportunidade o avançado ex-sportinguista Carrillo, que não saiu do banco, mas que não precisa de provar a sua inegável classe.

O médio defensivo colombiano Celis (ex-Junior Barranquilla), os extremos jugoslavo Zivkovic (ex-Partizan) e argentino Óscar Benitez (ex-Lanús) e o defesa central croata Kalaica (ex-Dinamo Zagreb) são futebolistas de qualidade que Rui Vitória terá tempo para trabalhar e potenciar: o médio Danilo, emprestado pelo Sporting de Braga, tem o selo de qualidade de ter capitaneado as seleções jovens do Brasil.

Enquanto resiste a vender vários campeões da Europa, e mais do que superada a ‘deserção’ de Carrillo para o rival Benfica, o Sporting vai reforçando a equipa, dotando-a de mais opções, faltando saber quem convence Jorge Jesus a entrar direto no ‘onze’.

Os médios argentinos Alan Ruiz e Federico Ruiz (ambos ex-Colon) e jugoslavo Radosav Petrovic (ex-Dínamo Kiev), o avançado lituano Spalvis (ex-Aalborg), o guarda-redes Beto (ex-Sevilha) e o médio defensivo Meli (ex-Boca-Juniores) são os futebolistas que o treinador, ávido de mais reforços, vai tentar moldar às suas ideias e futebol.

A ausência de vendas, juntamente com a situação económico-financeira pouco folgada, limita a ação no mercado, ao contrário do rival lisboeta Benfica.

O FC Porto também não vendeu e isso reflete-se na sua capacidade de compra, claramente limitada, se a compararmos com um passado recente em que Julen Lopetegui, agora selecionador de Espanha, dispôs de muitos milhões para nada ganhar.

Com Brahimi, Aboubakar e Martins Indi sem espaço no clube e à espera de propostas ‘decentes’ para sair, o ‘dragão’ foi buscar o central Felipe ao Corinthians, o lateral Alex Telles ao Galatasaray, o médio ofensivo João Teixeira ao Liverpool e o avançado Depoitre ao Gent, sendo que apenas o primeiro parece ter conquistado lugar no ‘onze’.

O Sporting de Braga pode deter a chave de eventual desequilíbrio na prova, uma vez que ‘super’ Rafa parece ser o futebolista português mais cobiçado: falou-se para o FC Porto, disse-se depois que estaria a caminho do Benfica, mas o presidente António Salvador, a fazer render o ‘peixe’, já disse que o iria tentar manter.

Willy Boly encaminhava-se para proporcionar igualmente um bom encaixe financeiro, mas a autoestrada para o ‘dragão’ parece ter-se fechado.

No processo de mentalização dos portugueses para a suposta ‘evidência’ de quatro ‘grandes’ no campeonato, os ‘arsenalistas’ vão apostando em comprar barato para potenciar e vender com assinalável mais-valia, política na qual o clube tem sido bem-sucedido.