O director desportivo da União de Leiria Rodolfo Vaz «viu o treinador adjunto do Sporting de Braga», Miguel Cardoso, «a mostrar as fotos» metidas na cabina do árbitro ao intervalo do jogo de futebol entre as duas equipas.
«Uma dessas fotos andou a circular ao intervalo do jogo e via-a na mão do treinador adjunto do Sporting de Braga», contou à agência Lusa o director desportivo da União de Leiria, que só no final do jogo veio a saber que a mesma tinha sido passada por debaixo da porta da cabine do árbitro Bruno Paixão ao intervalo.
Rodolfo Vaz disse que se tratava de uma foto «tirada a um ecrã de televisão com muita nitidez e qualidade», na qual se podia ver um lance em que intervieram os jogadores Fabrício, a União de Leiria, e Hélder Barbosa, do Sporting de Braga.
A foto retratava uma «bola dividida» entre os dois jogadores, na qual Fabrício «entrou de forma mais ríspida», num lance «passível de cartão amarelo», que lhe foi exibido pelo árbitro, e «não de cartão vermelho», como sustentavam os responsáveis do Sporting de Braga.
«Ao intervalo do jogo o Miguel Cardoso interpelou Bruno Paixão quando este se dirigia à cabina, este não gostou e houve uma troca de palavras mais agressivas. Passados uns minutos, a tal fotografia começou a circular nos corredores», revelou Rodolfo Vaz, que no final da partida (0-0) dirigiu-se à cabina dos delegados da Liga para assinar a ficha.
Nessa altura, presenciou os delegados a conversarem sobre o tema das fotografias:
«Estavam a lamentar as agressões ocorridas no final do jogo e as fotografias que tinham sido metidas na cabina do árbitro, dizendo que Bruno Paixão iria mencionar o facto no relatório.»
Um deles, Óscar Cadilhe, estava com a foto na mão e dizia que a tinham «colocado na cabina do árbitro».
Rodolfo Vaz também foi testemunha das agressões no final do jogo que envolveram o presidente e o director desportivo do Sporting de Braga, Fernando Couto, os quais surgiram na chamada zona da área técnica, onde só têm acesso os elementos inscritos na ficha do jogo.
«Após o jogo, o Fernando Couto, que vinha do camarote presidencial juntamente com o presidente do Sporting de Braga, cruzou-se com os nossos jogadores que vinham a festejar a manutenção na Liga e deu um empurrão violento no nosso jogador Iturra», relatou o director desportivo, o qual «reagiu de imediato», visto que, sendo chileno, «não sabia» quem era Fernando Couto.
O gesto do dirigente bracarense desencadeou uma troca de agressões e uma confusão generalizada, na sequência da qual Rodolfo Vaz perdeu a noção de quem bateu em quem.
«Os delegados da Liga pediram as imagens filmadas pelas câmaras que haviam no local», referiu Rodolfo Vaz, reiterando que António Salvador e Fernando Couto não podiam estar onde estavam, segundo os regulamentos da Liga.
A confusão não terminou com o fim das agressões, visto que, segundo Rodolfo Vaz, os dois dirigentes minhotos penetraram no balneário leiriense:
«O Fernando Couto queria a toda a força falar com o Iturra, enquanto o António Salvador ficou à porta, gritando para a polícia identificar os jogadores da União de Leiria.»
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