Domingos Soares Oliveira admitiu que a retoma da Liga nas condições atuais será "uma experiência mais pobre em todos os aspetos", embora refira que "seria pior" se não se pudesse jogar.

"Seria pior se não pudéssemos jogar. Este é o cenário mínimo que os clubes queriam, e espero que aconteça sem problemas. Mas está longe de ser o cenário ideal", disse o CEO da SAD do Benfica à revista Visão.

O administrador dos 'encarnados' nota que "há um fenómeno muito grande e muito difícil, que será lidar com o não convívio, a não socialização dos adeptos com a equipa e dos adeptos entre si".

"O adepto não gosta de ver o futebol sozinho. Vê com amigos, ou vai ao café, ou, no nosso caso, gosta de ir às casas do Benfica com outros sócios. Com isto algo limitado, há um desafio de como se alimenta esta paixão", sublinha.

A ausência de público nas bancadas é, obviamente, uma preocupação para todos os emblemas e mesmo que ela fosse autorizada, é possível que essa presença diminua.

Soares de Oliveira teme ainda que a presença dos adeptos nos estádios possa cair a pique.

"É difícil controlar. No futebol, ao contrário das celebrações do 25 de Abril na Assembleia da República, numa missa, ou do 1.º de Maio, é muito difícil exigir às pessoas que se controlem, que não abracem um desconhecido que pode estar a quatro cadeiras de distância", explicou.