O FC Porto empatou com o Marítimo a uma bola no Funchal, em jogo da 2.ª jornada da I Liga. Edgar Costa para os madeirenses e Herrera para o FC Porto fizeram os tentos do encontro. No último segundo Maxi viu a barra negar-lhe o golo da vitória. Lopetegui não gostou do que viu e disse que o FC Porto jogou pouco. Há seis jogos que o FC Porto não ganha na Madeira.

Se no primeiro tempo ainda houve alguma fluidez de jogo e alguma criatividade, sobretudo de Brahimi, o segundo tempo exibido pelo FC Porto no Funchal levanta muitas dúvidas sobre o meio-campo e a falta de criatividade. Herrera, um dos piores, evitou males maiores ao empatar no primeiro tempo, depois de Edgar Costa abrir o marcador logo aos quatro minutos, no primeiro remate do Marítimo à baliza. Com o empate, o FC Porto estende para seis os jogos em que não consegue vencer na "pérola do Atlântico". Será do mar?

Na zona de entrevistas rápidas, logo após o final da partida, Lopetegui pôs o "dedo na ferida": a equipa jogou mal, principalmente no segundo tempo, com muita precipitação na hora de definir as jogadas. Disse o técnico ainda que o golo cedo do Marítimo intranquilizou a equipa. E com razão. Tal como tinha acontecido na época passada, quando os "dragões" perderam no Caldeirão por 1-0. O Marítimo marcou cedo, recuou para defender como pôde. O FC Porto, a espaços, ia criando oportunidades mas sem conseguir bater Salin. O mesmo que este sábado voltou a ser crucial.

Para este jogo voltou o criativo Brahimo, o único capaz de mexer com o jogo e levar a equipa para a frente. Com fintas curtas em pouco espaço de terreno e jogando entrelinhas, tabelando com os médios ou com Aboubakar, o criativo argelino foi o principal 'abono de família'. Isso enquanto existiu energia. Herrera está a jogar pior do que no final da época passada (nem o golo safou, tendo saído aos 54 minutos), Imbula ainda está a aprender o quão dura é a Liga Portuguesa. O empate de Herrera, a passe de Imbula, saiu após uma bela jogada de entendimento dos portistas, onde se evidenciou Brahimi na área madeirense.

Quanto ao Marítimo, jogou a sua cartada e foi feliz: marcou cedo, recuou ainda mais, defendeu como pôde o resultado, tapando quase todos os buracos para a sua baliza. Os contra-ataques de quando em vez saíam, com Marega a lutar entre os centrais do FC Porto. O golo de Edgar Costa nasceu de um erro posicional de Cissokho que ficou a "dormir" num cruzamento de Xavier, falhando o corte e permitindo ao jogador natural de Câmara de Lobos ser o primeiro a bater Iker Casillas na Liga.

Se no primeiro tempo o FC Porto ainda teve mais criatividade para marcar, o segundo tempo dos "dragões" foi mau. Os que entraram (André André, Tello e Pablo Osvaldo) não conseguiram fazer melhor do que os que saíram (Herrera, Varela e Aboubakar). As perdas de bola sucediam, o último passe ou saía para a frente ou para trás, ou com pouca força ou com muita força. Muita intranquilidade de uma equipa que fez apenas dois jogos oficiais esta época.

Aproveitou o Marítimo para ir "respirando" e espreitando de quando em vez o ataque, à custa do nervosismo do FC Porto. Casillas raramente foi chamado a intervir mas houve remates que assustaram o internacional espanhol.

A vitória portista poderia ter chegado em dois lances nos quais a sorte não estava do lado azul-e-branco: Salin "roubou" um golo a Aboubakar, numa defesa quase por instinto e, no último minuto dos descontos, Maxi viu uma bola cabeceada por si bater na barra, ressaltar na linha de golo e "morrer" nas mãos de Salin.

Nunca o FC Porto tinha ficado tanto tempo sem vencer na Madeira. Já são seis jogos sem o sabor da vitória na "pérola do Atlântico". Do onze que esteve em campo (e dos que entraram) só Maxi sabia o que era vencer na Madeira (ganhou pelo Benfica). O golo de Herrera mostrou também a dificuldade do FC Porto em fazer golos ao Marítimo fora de portas: os "dragões" não marcavam nos Barreiros para a Liga há dois anos e cinco meses. James Rodríguez (agora no Real Madrid) tinha sido o último do FC Porto a marcar na casa do Marítimo.