Vítor, atualmente no Réus de Espanha, foi um espectador atento do jogo deste fim-de-semana em Alvalade entre Sporting e Paços de Ferreira, a contar para a 10ª jornada da Primeira Liga. E este foi um encontro diferente, pois viu de coração dividido, como confessou ao SAPO Desporto.
“Por acaso tive a felicidade de ver o jogo. É difícil escolher a equipa pela qual torcer, uma vez que são duas equipas que me dizem muito. Fui mais feliz em Paços, não escondo isso e é onde tenho mais amigos também. Agora, também fiz amigos no Sporting, gostei muito do tempo que lá passei. Vi o jogo com entusiasmo, mas sem preferências”, começou por dizer em conversa telefónica.
O encontro acabou com um empate a um golo, e com o Paços a manter-se à frente do Sporting, algo pouco habitual, e curioso na opinião do médio português de 30 anos.
“É curioso ver o Paços estar à frente do Sporting. Obviamente que este empate compromete o Sporting na luta pelo título, até porque desde início se assumiu como tal. O Paços não tinha nada a perder, tinha tudo a ganhar. E jogou desinibido. É pena para o Sporting que não tenha conseguido outro resultado, e para o Paços é um resultado excelente, pois arrancou um empate em casa de um candidato ao título”, destacou.
Vítor reconhece ser difícil encontrar explicações para esta irregularidade do Sporting, equipa que defendia até ao início desta época. Se por um lado faz grandes exibições na Liga dos Campeões, por outro apresenta um nível diferente nos jogos para o campeonato.
“De facto é um pouco difícil de perceber. O Sporting fez dois jogos fantásticos para a Liga dos Campeões, excelentes mesmo, e perdeu um apenas pelas razões que todos sabem. Mas a verdade é que para o campeonato não consegue manter essa tendência. O que se passa não sei. Só quem está lá dentro pode dizer o que se passa. Não podem ser bons apenas numa altura, tem de ser em todas. Acho que não se pode por em causa o trabalho nem dos jogadores nem do treinador. Sinceramente, não consigo explicar os altos e baixos que o clube tem tido”, analisou.
Do lado do Paços de Ferreira é de destacar não só as boas exibições da equipa, mas também a importância do regressa de Paulo Fonseca, um treinador para quem Vítor só tem elogios.
“As pessoas não podem olhar para o trabalho dele apenas por aquilo que faz em Paços, têm de lhe dar mérito por aquilo que ele vale. É o melhor treinador que já tive, um treinador fantástico que consegue tirar partido do melhor de cada um. E a verdade é que está a fazer outro ano fantástico. Eu creio que o Paços terminará pelo menos nos seis primeiros”, vaticinou.
Depois de dois anos em Alvalade, Vítor está agora em Espanha no Réus, clube da segunda divisão B. O jogador reconhece que a adaptação a uma realidade a que não estava habituado foi complicada, mas agora sente-se mais dentro do grupo e dos seus objetivos.
“É uma questão de adaptação. Quanto mais me adaptar a esta realidade, melhor vai correr a experiência. Agora já se nota uma melhoria, tenho mais entrosamento com o grupo, e estou mais adaptado a uma realidade diferente que é a segunda B de Espanha”, contou.
Por agora, Vítor só pensa no Réus e em ajudar a sua equipa a subir de divisão em Espanha, porém não fecha a porta a um possível regresso a Portugal e ao Paços.
"As perspetivas são aquelas que o clube ambiciona. Tem um projeto definido que é subir de divisão e são essas também as minhas ambições. Para já não penso em mais nada. Só se isto mudar muito. Não posso prever o futuro”, concluiu.
Vítor transferiu-se a meio da época 2013/14 do Paços de Ferreira para o Sporting e permaneceu em Alvalade até ao início da presente época.
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