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Eusébio da Silva Ferreira morreu no domingo, aos 71 anos, vítima de paragem cardiorrespiratória.
O diretor executivo da Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL), Emanuel Macedo de Medeiros, exaltou hoje, em declarações à agência Lusa, o “mestre” Eusébio, que fez do futebol uma arte.
«Lendas como estas não morrem», frisou Emanuel Macedo de Medeiros, destacando em Eusébio «a grandeza do seu caráter e a mestria que fazia com que transformasse um jogo de futebol numa espécie de arte».
O dirigente português, que vai abandonar o cargo no final de março, recuperou as suas memórias do “Pantera Negra” para afirmar que «o Eusébio, pelo que fez, pelo legado que deixou, venceu a morte e isso está ao alcance de muito poucos».
«O Eusébio faz parte do meu imaginário desportivo, foi sobretudo pela magia que espalhava nos campos que eu despertei para o futebol. Este é um momento de tristeza, mas também um momento que revive nas nossas memórias tudo o que Eusébio fez pelo seu clube, pelo futebol em Portugal e pelo futebol mundial», referiu.
Emanuel Macedo de Medeiros considerou que a morte de Eusébio, «numa altura em que Portugal vive momentos dramáticos, que atingem muitas famílias», pode servir de «exemplo» aos portugueses, por «remar sempre contra a maré e superado muitas vezes as expectativas».
«Foi isso que fez com que alcançasse a glória nos relvados e elevasse bem alto o nome de Portugal e as cores da nossa bandeira», sublinhou Medeiros, destacando o feito de Eusébio «na altura em que o fez» e deixando «à família, aos amigos, ao Benfica e à Federação Portuguesa de Futebol, em nome de todas as Ligas europeias, a expressão sentida da mais profunda condolência», rematou.
O ainda diretor executivo da EPFL apelou ainda que «a postura e cordialidade de Eusébio possam servir de reflexão aos agentes do futebol português, que se perdem em questiúnculas ridículas, que contribuem para o seu descrédito, e que leve a uma tomada de consciência por parte dos responsáveis, a fim de se concentrarem nos seus verdadeiros desafios».
Eusébio da Silva Ferreira morreu no domingo, aos 71 anos, vítima de paragem cardiorrespiratória.
Após ter estado em câmara ardente no Estádio da Luz, desde domingo, e de ter cumprido uma volta olímpica ao recinto “encarnado”, o cortejo fúnebre vai percorrer a capital portuguesa, passando frente aos Paços do Concelho, onde o presidente da Câmara lisboeta, António Costa, e a vereação vão prestar as suas homenagens, cerca das 15:15.
Após este ato, a missa em homenagem a “Pantera Negra” vai realizar-se às 16:00, na Igreja do Seminário no Largo da Luz, após o que o corpo segue para o cemitério do Lumiar, onde o funeral se realiza às 17:00.
O “Pantera Negra” ganhou a Bola de Ouro em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro (1967/68 e 1972/73). No Mundial de Inglaterra, em 1966, foi considerado o melhor jogador e foi o melhor marcador, com nove golos, levando Portugal ao terceiro lugar.
Eusébio nasceu a 25 de janeiro de 1942 em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique.
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