Há 30 anos que os adeptos do Benfica não podem dizer com legítima coerência que "o campeão voltou" pois o escudo de campeão nacional nas camisolas encarnadas não fica como inquilino por mais de um ano desde 1983/1984.

Depois do domínio absoluto da época passada, em que conquistou todos os títulos nacionais e perdeu uma final europeia, o Benfica encara a nova temporada muito desfalcado. A lei do mercado pode ser cruel, especialmente quando se tem sucesso, e da constelação que conquistou o 33º título de campeão nacional restam poucas estrelas para iluminar a Luz.

Na baliza já não mora a frieza de leste de Oblak. Depois de tanto fugir, o guarda-redes esloveno acabou por trocar o Benfica pelo campeão espanhol, e vice campeão da europa, Atlético Madrid. Artur Moraes foi o herói na conquista da Supertaça, mas poderá também estar de saída, uma vez que os encarnados pretendem contratar Júlio César e Karnezis.

No eixo defensivo, apenas os veteranos Luisão e Maxi Pereira se mantiveram na Luz depois de Garay e Siqueira terem rumado a paragens mais lucrativas financeiramente. O Benfica contratou Eliseu (sonho antigo de Jesus), César e Loris Benito, e fez regressar Lisandro López. Jardel deverá ser o novo companheiro do capitão Luisão, mas nem o central de 33 anos está assegurado na Luz pois o charme italiano de uma “vecchia signora” pode seduzir o “girafa” a largar uma relação de 12 anos.

No meio campo, Jorge Jesus parte para a primeira jornada do campeonato a contar com Enzo Pérez apesar da saída do argentino ser um dado adquirido para os lados de Valência. Dos titulares da época passada, o técnico do Benfica ainda tem o sérvio Fejsa, que continua lesionado, e o polivalente Ruben Amorim. Markovic rumou para Liverpool, mas a criatividade da equipa está garantida, aparentemente, por Salvio e Gaitán. O reforço Talisca tem jogado grande parte da pré-época e parece ser mais uma opção para o meio-campo de Jorge Jesus que ainda conta com Pizzi, Sulejmani e Ola John.

Na frente de ataque, o Benfica perdeu Rodrigo e o histórico Cardozo, que saiu para a Turquia com o estatuto de melhor marcador estrangeiro de sempre na Luz, mas ganhou Derley, o segundo melhor marcador da temporada temporada contratado ao Marítimo, e que deverá fazer dupla com o mortífero Lima. De Old Trafford, “Teatro dos Sonhos”, chegou um emancipado Bebé, que com o seu metro e noventa responde agora pelo nome de Tiago.

À dúvida sobre se Enzo e Gaitán ficam no clube junta-se uma preocupação adicional: sobre se o plantel terá qualidade - em quantidade suficiente - para competir em todas as frentes: Campeonato, Taça de Portugal, Liga dos Campeões e Taça da Liga.

Depois de conquistar tudo na época passada, o Benfica parte para esta temporada com a responsabilidade de iniciar um novo ciclo de hegemonia do futebol português, e que terá forçosamente de passar pela revalidação do título nacional, algo que não acontece há 30 anos, mais precisamente desde 1983/1984, então com Sven Goran Eriksson no banco. Jorge Jesus vai para a sua sexta época no banco dos encarnados e desde que chegou já bateu vários recordes do técnico sueco, falta mais um: ser bicampeão nacional.

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