Mário Figueiredo, presidente e único candidato “válido” às eleições, garantiu hoje que não vai abdicar da candidatura à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e apelou aos clubes para "votarem sem medo".

"Sou um homem livre e independente, que não deve nada a ninguém. A minha força é a força da razão. E os meus únicos aliados são os clubes que tiveram a coragem de lutar ao meu lado. Foi no interesse dos clubes, sobretudo dos pequenos e médios, que enfrentei os poderes instalados”, afirmou, em conferência de imprensa, na sede da Liga, no Porto.

O atual líder do organismo disse estar “disposto a continuar” o seu trabalho: “Quero um futebol livre e independente, que chame a si e distribua equitativamente as receitas por eles geradas em vez de as ver engordar os bolsos de alguns”.

“Quero um futebol justo e não um futebol em que os pobres sejam cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. E fi-lo porque quero um futebol independente e transparente, onde os resultados dos jogos se joguem apenas em campo", prosseguiu.

Mário Figueiredo denunciou: "Nas duas últimas semanas, assistimos a uma tentativa de manipulação eleitoral, na qual as pessoas preocuparam-se mais com a distribuição de cadeiras do que com a apresentação de um novo modelo de governo da Liga".

"Temos assistido a um espetáculo degradante, feito de conspirações, conluios e traições. Os rostos são conhecidos e não vou debater sobre eles até porque de onde estes vieram virão outros a seguir. O que importa são os poderes que escolheram estes rostos para atingir os seus inconfessáveis interesses. São esses mesmos poderes invisíveis que têm vindo a mandar no futebol e desesperadamente querem continuar mandar, que mal fui eleito moveram uma guerra sem quartel. Tudo porque não sou testa de ferro dessas força e interesses", atirou ainda o dirigente.

O presidente da LPFP apelou a que os clubes votem "sem medo", pedindo ainda uma “união entre os mesmos clubes no sentido da regeneração do futebol".

"Os desafios que se colocam ao futebol exigem um consenso alargado entre todos os interessados. Tenho assistido um ataque feroz aos clubes de marcar aqueles que vierem votar em mim. Eu quero alterar o modelo de governo da Liga. Para alterar estatutos da Liga é preciso 75% dos votos de todos os associados, é preciso um grande consenso. Quero que os clubes possam ter assento, mas que a direção seja altamente profissional. Por isso, é agora o momento de os clubes começarem a ver germinar as sementes que semeamos há dois anos e meio e virem, sem medos, votar", esclareceu ainda Mário Figueiredo.

Para o único candidato à presidência da LPFP, a decisão de invalidar as candidaturas dos outros dois candidatos foi feita de "forma isenta, independente e intransigente", denunciando ainda que o presidente da Assembleia Geral da LPFP foi alvo de "ameaças de morte" para não avançar com essa decisão.

"Acredito firmemente na bondade da decisão do presidente da assembleia. Cabe-lhe zelar pela regularidade do ato eleitoral. E fê-lo, estou certo, de forma isenta, não cedendo às chantagem e às pressões a que tem sido sujeito. Mas nós não temos medo. Não estou refém do comportamento de ninguém", alertou.

Mário Figueiredo escusou-se ainda a dizer o que considera um bom resultado eleitoral, explicando apenas que esse mesmo bom resultado passa "pelos clubes não terem medo de votar".

"Preferia que Fernando Seara não tivesse traído os seus apoiantes iniciais e tivesse a sua candidatura para amanhã (quarta-feira) haver um ato eleitoral entre mim e ele. Depois, veríamos quem é que ia ganhar. Infelizmente, Fernando Seara renegou a candidatura completa, aliou-se a novos aliados, renegou aos apoios iniciais e é o que se viu".