Diz a máxima que “no aproveitar está o ganho”. O Benfica mostrou saber bem essa lição na Amoreira, onde acabou por vencer por 3-2, no jogo da sexta jornada da Liga, aproveitando a entrada apática do Estoril e, sobretudo, o empate no Clássico da véspera entre Sporting e FC Porto, de quem se distanciou ainda mais no comando do campeonato.

Jorge Jesus repetiu a equipa “habitual”, incluindo Talisca, que recuperou da lesão que o limitou durante a semana. E em boa hora o fez, pois o jovem médio brasileiro foi o rosto da boa entrada do Benfica em campo. Em oito minutos marcou dois golos - o 0-1 de grande nível, ao passar por vários adversários, e o 0-2 com um toque fácil para a baliza – e deixou os encarnados com a vitória na mão.

Os 11 jogadores do Estoril juntaram-se aos 7587 espetadores nas bancadas – a melhor assistência de sempre – e limitavam-se a ver jogar o campeão. Até aos 30 minutos, só os encarnados jogavam no estádio António Coimbra da Mota, num período onde até podiam ter feito mais golos. Não o fizeram e acabaram por adormecer à sombra da vantagem.

O que estava fácil rapidamente se complicou. O Estoril reagiu, com José Couceiro a corrigir algumas deficiências na sua equipa e Kuca e Diogo Amado a levarem os canarinhos para a frente. O 1-2 veio antes do intervalo, pelo médio estorilista, e o empate a dois golos surgiu já no segundo tempo, por Kléber.

O Benfica era uma sombra daquele que iniciara o jogo e nesta fase todos os holofotes incidiam sobre o Estoril. Porém, a expulsão de Cabrera tirou fulgor aos canarinhos e acordou o clube da Luz. Com Derley e Ola John em campo estava dado o sinal para chegar à vitória, o que só foi alcançado aos 70 minutos, por Lima, com o definitivo 2-3. A partir daí, foi gerir até ao apito final e… aproveitar.

O jogo que Jesus e Couceiro viram

Jorge Jesus saiu deste jogo ainda mais líder do que entrou. Todavia, o treinador do Benfica sublinhou que o mais importante é acabar bem, tal como aconteceu no jogo de hoje. Afinal, nem sempre começar bem pode ter um final feliz.

“É importante estar em primeiro, trabalhamos com esse objetivo, mas nesta altura não é determinante. Volto a dizer, isto não é como começa mas sim como acaba. O primeiro lugar deixa-nos moralizados, os adeptos também, mas nós trabalhamos em cima das nossas ideias. No ano passado por esta altura não estávamos em primeiro mas estávamos confiantes como estamos hoje. Claro que prefiro andar em primeiro, mas volto a dizer: não é determinante”, explicou.

Por sua vez, José Couceiro era um treinador desapontado com tantos erros da sua equipa no jogo deste sábado. “Isto faz parte do crescimento, mas vitórias morais não nos dão nada. Precisamos de ganhar jogos. Agora, coletivamente, temos de crescer. Temos capacidade para fazer um campeonato tranquilo e quando entrarmos no último terço veremos até onde podemos ir. Mas não podemos estar sempre a dar de avanço”, finalizou, sem esconder a tristeza.