Dias Ferreira posiciona-se entre os projectos de «continuidade» (Godinho Lopes) e de «renovação completa» (Bruno de Carvalho), mas garante que não fará «coligações» para ganhar as eleições do Sporting.

«Estou no posicionamento em que tenho de ter dois [adversários], porque manifestamente não faço parte de uma certa ‘entourage’ nova, que se criou agora [em redor de Godinho Lopes], porque há meia dúzia de semanas estavam todos uns contra os outros, e também não me revejo completamente em Bruno de Carvalho, não porque não reconheça que ele tem valor, mas provavelmente não conhecerá o clube tão bem como eu», explicou Dias Ferreira, em entrevista à agência Lusa.

Dias Ferreira diz que «conhece bem o clube» e não está com o projecto de Godinho Lopes, que nem sabe qual é e porque o considera «manifestamente uma continuidade». «Ele próprio reconhece que de certas coisas do futebol não percebe nada e por isso não auguro nada de muito bom. As pessoas dizem que é mais do mesmo», comentou.

Em relação à candidatura de Bruno de Carvalho, confessa «algum receio» em relação a uma «renovação completa», liderada por pessoas que «de algum modo são desconhecidas».

É de entre estes três projectos que os sportinguistas terão de «decidir» e também com a anterior gestão do clube, que estava «preocupada apenas com números e não com a sua fonte principal [o futebol]».

O candidato admite que manteve «conversas» com Godinho Lopes e Bruno de Carvalho, mas garante que é «uma pessoa de convicções» e que assume «compromissos» para «serem honrados até ao fim», custem o que custar.

O presidente da Assembleia-Geral da gestão de José Eduardo Bettencourt também não estranhou a desistência de Zeferino Boal em favor de Sérgio Abrantes Mendes, hoje oficializada. «Desde o princípio que Zeferino Boal disse logo que ainda não era seguro que fosse ele a liderar a candidatura e logo nessa altura se pensou em Abrantes Mendes. E não vejo onde é que há grande diferença», começou por dizer, acrescentando: «Zeferino Boal trabalhou muito junto de Jorge Gonçalves e o dr. Sérgio Abrantes Mendes foi o presidente da Assembleia-Geral de Jorge Gonçalves. Portanto, há ali uma identidade e uma conjugação de esforços que vem dessa altura».

Sobre Pedro Baltazar, disse que ele apenas «vai às eleições porque é essa a sua missão: dividir uma determinada área». «Eu não sei se ele não está a dividir a outra. O objetivo era dividir a minha área, mas eu julgo que ele está a dividir a área de Godinho Lopes», comentou.

Sobre os últimos incidentes da campanha às eleições, agendadas para 26 de Março, fez questão em sublinhar que «não faz sentido que as pessoas façam estalar o verniz numa fase aguda da campanha», reiterando preferir recordar a elevação com que decorreu o debate a seis na SIC.