O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) alertou hoje para a necessidade de se «insistir» no combate ao racismo e violência no desporto e garantiu que o SJPF continuará a fazer o que lhe for «exigível».
Joaquim Evangelista fez um balanço positivo da "Semana contra o Racismo e Violência no Desporto", iniciativa levada a cabo pelo Sindicato de Jogadores e que reuniu várias personalidades ligadas à inclusão social, pedindo maior atenção por parte de outras entidades.
«Naquilo que nos é exigível, não deixaremos de atuar. Esperemos é que outros façam também o seu trabalho. Esta não é a prioridade ou a missão do Sindicato, mas temos consciência do nosso papel, do papel dos jogadores e do impacto que eles têm na sociedade e, nessa medida, esta ação visa essa responsabilidade social», afirmou à agência Lusa.
No último dia do evento, o SJPF assinou um protocolo com o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, contra o racismo, violência, xenofobia, intolerância e discriminação no futebol.
Abel Xavier, embaixador da "Semana contra o Racismo e Violência no Desporto" e antigo internacional português, considerou «fundamental» a importância do desporto na inclusão social, nomeadamente o futebol.
«Em Portugal não temos registos tão evidentes como noutros países, mas nunca é de mais apelar à consciência das pessoas, para que seja uma iniciativa cíclica e constante. Nós só podemos fazer a nossa parte para que as novas gerações e mentalidades possam diminuir o desequilíbrio que existe no mundo inteiro», referiu.
O antigo defesa, autêntico "globetrotter" do futebol, falou ainda de algumas experiências vividas na sua carreira, lembrando que foi «um dos primeiros jogadores negros da história do Everton», de Inglaterra.
«Há 15, 20 anos, nem sequer havia adeptos negros nas bancadas. Por outro lado, o Liverpool [grande rival, no qual também jogou] já tinha uma cultura enraizada no que diz respeito à inclusão social», contou.
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