O Famalicão foi até Setúbal vencer o Vitória local por 2-1 e subir ao 5.º lugar da I Liga, com 52 pontos, ultrapassando dessa forma o Rio Ave. No Bonfim, brilhou Diogo Gonçalves, capitão do 'Fama', ao marcar os dois golos da sua equipa, que volta a estar em lugar europeu. O Vitória de Setúbal mantém-se no 16.º e penúltimo posto com 30 pontos mas pode ser apanhado pelo Portimonense, que tem 27. A equipa sadina somou a sexta derrota consecutiva e já não ganha há 14 jogos.
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Janeiro ficou muito lá para trás mas é lá que residem as saudades do Vitória de Setúbal. Saudades de triunfos, de festejar os três pontos que possa 'afrouxar a corda', cada vez mais apertada, nessa luta pela manutenção. Foi a 26 do primeiro mês do ano que os sadinos festejaram o último triunfo, fora de casa frente ao Tondela, na longínqua 18.ª jornada.
Para tentar inverter o rumos dos acontecimentos, a direção mandou embora o treinador espanhol Julio Velázquez e investiu em Lito Vidigal, a quem foi atribuído a missão de salvar o clube da descida. Os 30 pontos na tabela preocupam e a derrota logo na estreia frente ao último e já despromovido Desportivo das Aves em nada ajudou. Como também não ajuda os 13 jogos sem vencer, as cinco derrotas consecutivas, os oito desaires desse essa vitória em Tondela
E em nada ajudou também apanhar logo a seguir o Famalicão, uma das grandes surpresas desta edição da I Liga, equipa que podia subir ao 5.º posto, lugar de acesso às provas da UEFA.
O primeiro tempo foi 'quentinho', com muitos amarelos, muitas disputas, lutas intensas e... muitos gritos no relvado, principalmente no lado sadino. O nervosismo é normal, numa equipa que está em situação muito complicada.
O Famalicão, sempre melhor, com e sem bola, aproveitou para desequilibrar aos 16 minutos e marcar, num lance simples: Gustavo Assunção abriu para direita, Toni Martinez subiu e simulou tocar na bola, deixando esta passar par Diogo Gonçalves que, perante a saída de Marakidze, 'picou' a bola e fez o 1-0. Simples e eficaz.
Mas a resposta sadina não tardou. A jogar quase sempre em contra-ataque ou ataques rápidos, a equipa da casa vivia dos rasgos individuais de Mansilla, Éber Bessa, Carlinhos e depois Berto(entrou para o lugar do lesionado Guedes as 21). Mas o golo do empate sairia de bola parada: canto na esquerda, confusão na área e Jubal, mais rápido a reagir, a rematar de forma acrobática, empatando o jogo, aos 24 minutos.
A falta de mecanismos no Vitória de Setúbal era notório no ataque, onde os jogadores optava muitas vezes pelo lado individual, como ficou patente aos 39 minutos: contra-ataque bem delineado, a bola foi colocada em Zequinha no lado direito, Berto fez o movimento para a área mas o avançado optou por rematar torto e mal, para desespero do seu colega na área.
Nos sete minutos de compensação dados pelo árbitro Hélder Malheiro (uma substituição, três paragens para assistência a jogadores, muitas faltas, cinco amarelos), Makaridze teve tempo para brilhar, negando o golo a Fábio Martins aos 48 e gritando muito para com os colegas da defesa.
No segundo tempo os sadinos voltaram com outra disposição, pelo menos a avaliar pelos primeiros minutos. Aos 48, Vaná teve de sair da baliza para evitar que Zequinha ficasse com a bola mas esta sobrou para o avançado sadino. O remate foi cortado por um defensor do Famalicão. No minuto seguinte é Zequinha a deixar em Berto na área mas o remate do cabo-verdiano foi bloqueado.
Só aos 73 minutos se voltou a ver um lance de real perigo: centro tenso e perigoso de Zequinha, a bola passou por vários jogadores na área dos nortenhos, sem que ninguém a desviasse para a baliza. O jogo tinha perdido a intensidade do primeiro tempo, começou a ficar partido, aparecendo muito espaço de um lado e do outro. O Famalicão já não tinha tanto espaço para entrar no último reduto do adversário, que tinha recuado mais no terreno e sentia dificuldades em ligar o jogo.
João Pedro Sousa tentou agitar o jogo, com as saídas de Fábio Martins, Toni Martinez, Racine Coli, Pedro Gonçalves e Nehún Perez e as entradas de Alex Centelles, Anderson, Walterson, Guga e Riccieli. Nos sadinos, Alex tinha entrado no posto de Mansilla.
O golo da vitória do Famalicão vai aparecer depois de uma perda de bola dos sadinos no ataque, aos 89 minutos. Alex subiu com Berto, o passe do médio foi para trás à procura de Éber Bessa mas a bola foi interceptada e chegou depois a Walterson. O brasileiro acelerou entre os já esgotados médios sadinos, serviu Anderson que colocou na pequena área onde apareceu o capitão Diogo Gonçalves, de carrinho, a desviar para o fundo das redes. Mais um belo golo do Famalicão, o segundo do capitão.
Com este triunfo, o Famalicão subiu ao quinto posto, que dá acesso à Liga Europa, agora com 52 pontos, mais um do que o Rio Ave, que esta segunda-feira empatou 0-0 no Funchal com o Marítimo, enquanto o Vitória mantém o 16.º lugar, com 30 pontos, podendo ser igualado na terça-feira, caso o Portimonense, 17.º e primeira equipa abaixo da linha de despromoção, vença na receção ao Boavista.
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