Os adeptos do FC Porto de Lisboa comemoraram já hoje, na casa do clube, a conquista do 28.º título nacional de futebol ao beneficiar do nulo entre Sporting e Benfica, em jogo da 33.ª jornada da I Liga.

Sem nervosismo à flor da pele, até porque o resultado em nada afetaria a época do FC Porto, os adeptos foram vivendo minuto a minuto de forma muito natural, mas com um ligeiro favoritismo para as ações atacantes dos ‘leões', apesar do empate transformar os ‘dragões' campeões nacionais.

Perto de duas dezenas de adeptos chegaram mais cedo e aproveitaram para jantar. O bitoque foi o prato que mais se via em cima das mesas compostas por toalhas azuis. Mas a francesinha, à moda do Porto, como o proprietário do bar fazia questão de frisar, também era opção, a par das tripas. Sim, as tripas também não podiam faltar. Casais e outros grupos de amigos, com indumentária a rigor, foram enchendo o segundo piso de um dos prédios da Avenida da República, em Lisboa. O ‘covil do dragão'.

No exterior apenas elemento da PSP estavam presentes, mas para fazer a guarda de uma unidade hoteleira, paredes meias com a sede ‘azul e branca'. As atenções estavam viradas para o Estádio de Alvalade. A escassos três quilómetros dali.

Em Roma, sê romano. Um fino para abrir o jogo no momento em que o albicastrense Carlos Xistra deu o apito inicial, onde um tímido "Porto, Portooo" foi ouvido.

Depois, silêncio total. Apenas se ouvia o barulho das máquinas atrás do balcão do bar e o som dos televisores. Som este que foi trocado por risos quando Rafa, aos 08, rematou ao poste da baliza a cargo de Rui Patrício. Já, aos 38, pelo mesmo jogador e pelo mesmo motivo suspirou-se de alívio.

Em cima do intervalo, um "ui" invadiu a sala quando Bas Dost passou pela linha defensiva do Benfica e procurou servir Gelson para o golo inaugural, mas Douglas acabou por intercetar.

A pausa serviu para o presidente dos "dragões" de Lisboa, Álvaro Monteiro, dar algumas informações sobre a próxima jornada, que é de encerramento da I Liga e de festejar o 28.º título nacional, e, sem nunca querer dizer que os ‘azuis e brancos' poderiam ser campeões esta noite, deixou claro que não havia nada de previsto para eventuais festejos.

"Não vou dizer mais nada. Todos percebem o que quero dizer. Hoje estamos aqui para confraternizar, jantar e beber um copo", disse Álvaro Monteiro.

Com o aproximar do apito final, a natural agitação foi-se sentindo na sala. O empate mantinha-se e tudo se conjugava para que a festa fosse feita já hoje. As primeiras palmas fizeram-se ouvir, aos 86 minutos, no remate de Douglas para as nuvens. O mesmo aconteceu com o remate de Samaris, aos 90+3. Algumas unhas estavam já a ser roídas, as mãos passavam pela cabeça, os presentes começaram a levantar-se a 20 segundos do final e os saltos de alegria e dos gritos de "campeões, campeões, nós somos campeões" vieram com o apito de Carlos Xistra.

O hino do FC Porto entoou nas instalações da casa dos Dragões de Lisboa, enquanto todos levantaram os cachecóis para cantar em uníssono. No exterior rapidamente dezenas de adeptos chegaram de carro, a pé ou de moto, à Avenida da República para celebrar em conjunto a conquista do 28.º título nacional reconquistando o troféu que lhes escapava há quatro anos consecutivos.

"O campeão voltou. Tenho a certeza que agora vai ser assim por alguns anos. Esta já não é a primeira vez que o FC Porto é campeão no sofá'. Agora é altura de festejar", afirmou Álvaro Monteiro dando início aos festejos ‘azuis e brancos' na capital.