O FC Porto já reagiu ao artigo de opinião de Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Num artigo de opinião publicad em vários órgãos de informação, o líder federativo criticou o atual estado de ´guerrilha` do futebol português, numa semana em que foi nomeado para a Comissão Executiva da FIFA, depois de ter sido eleito para a vice-presidência da UEFA.

Os ´dragões` concordam com as críticas de Fernando Gomes mas aproveitaram para ´atacar` o Benfica, num comunicado publicado no site oficial do clube.

O clube da Luz já tinha reagido ao artigo de Fernando Gomes. Numa nota publicada na sua página oficial, o Benfica descreve o ambiente que entende que se vive, deixando algumas ‘farpas’ e considerando que se tem assistido a “diversos crimes a serem praticados com todo o à-vontade na praça pública”.

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No comunicado, o FC Porto fala em "desfaçatez" do Benfica e aproveita para criticar a questão dos direitos televisivos da BTV, bem como da legalização das claques.

Eis o comunicado do FC Porto

"O FC Porto lamenta que, mais uma vez, usando da mais requintada hipocrisia, o SLB tenha aproveitado a nomeação do presidente da FPF para a comissão executiva da FIFA para cavalgar o apelo à concórdia que Fernando Gomes lançou na edição de hoje da imprensa desportiva, a partir da sua nova posição de relevo no plano do futebol internacional e com a qual o FC Porto já se tinha congratulado publicamente.

A desfaçatez com que o SLB usa e abusa da propaganda para tentar puxar o lustro à marca contrasta com práticas repulsivas através das quais persegue benefícios próprios e não para o futebol português em geral. Este comportamento dúplice só tem sido possível através do estratagema de calar os pecados próprios em matérias de conflitualidade social, de que são prova agressões a árbitros e adeptos e até mesmo mortes. Por sua vez, este estratagema só tem resultado no interesse do SLB pela subserviência de alguns meios de comunicação social e pela cumplicidade de alguns agentes desportivos que, nas suas funções institucionais, deveriam zelar pela neutralidade de órgãos e institutos que regem e administram as regras do jogo e a justiça desportiva das competições.

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Concordando com as preocupações do presidente da FPF, centradas na relação entre árbitros e adeptos, o FC Porto recorda que uma das condições para a pacificação reside na perceção que os amantes do futebol, os cidadãos em geral e, não menos importante, os investidores em particular possam ter de que o jogo, o espetáculo e a indústria do futebol assentam na verdade desportiva. E que deste ponto de vista caberá também à FPF encontrar forma de regular com transparência as regras do jogo, incluindo aquelas que, neste momento, não ajudam a uma boa perceção pública do futebol e da sua indústria, como é a situação sui generis da Liga portuguesa ter como operador televisivo dos jogos disputados pelo SLB em casa a própria televisão do clube, com os atropelos conhecidos.

Por último, o FC Porto espera que do apelo do presidente da FPF resultem rapidamente decisões práticas para o dia a dia do futebol português, sendo de toda a evidência que, em primeiríssima prioridade, deverá estar um dos maiores e mais óbvios problemas sociais e desportivos: a obrigatoriedade de tornar legais claques disfarçadas de grupos organizados de adeptos, o que tem permitido aos dirigentes alienar responsabilidades."