O FC Porto anunciou Vítor Bruno como treinador principal para a temporada 2024/25, confirmando assim o sucessor de Sérgio Conceição no leme dos dragões.
“Vítor Bruno é o novo treinador do FC Porto. O técnico rubricou um contrato válido até 2026 com o clube que representa desde 2017”, indicaram os ‘dragões’, em comunicado.
O novo técnico portista assinou um contrato válido até 2026 e encerra assim um período de 12 anos em que foi adjunto de Conceição para abraçar este novo projeto. Os dois fizeram parte da mesma equipa técnica desde 2011/12, passando por Olhanense, Académica, SC Braga, V. Guimarães e Nantes. Vítor Bruno também já tinha passado por Naval, Leixões e Primeiro de Agosto (Angola).
Embora só agora seja treinador principal, Vítor Bruno já assumiu o comando da equipa em diversas ocasiões, devido a castigos de Sérgio Conceição, somando 15 vitórias nas 17 vezes em que ocupou o lugar de líder no banco de suplentes. Nos outros dois jogos registou dois empates.
O técnico, de 41 anos, tinha sido adjunto dos ‘dragões’ nas últimas sete temporadas e estreia-se agora como treinador principal, na sequência de uma polémica e mediatizada rutura laboral com Sérgio Conceição, cujo percurso técnico acompanhou desde o início.
Vítor Bruno: o futebol está-lhe no sangue
Vítor Bruno vai estrear-se como técnico principal no FC Porto, mas vive o mundo do futebol desde que nasceu.
Quando veio ao mundo em Coimbra a 2 de dezembro de 1982, o seu pai, Vítor Manuel, era treinador-adjunto da Académica, clube que representara durante vários anos como jogador. Pouco depois arrancaria uma carreira como líder de equipas técnicas que o consagraria como um dos treinadores mais longevos e carismáticos do futebol português: entre a década de 1980 e os primeiros anos do século XXI acumulou 505 jogos na I Divisão. Vítor Bruno cresceu entre relvados e balneários a sonhar com um percurso como atleta.
Durante 11 temporadas, escalou todas as etapas da formação da Académica de Coimbra. Estreou-se como sénior no Bidoeirense, da Associação de Futebol de Leiria, e representou outros seis clubes até pendurar as botas no Valonguense, em 2008. Tinha 26 anos e já vislumbrava outro caminho. Entretanto, formara-se em Ciências do Desporto e Educação Física pela Universidade de Coimbra. Juntou o conhecimento científico às vivências junto do pai e à experiência como atleta em contextos de grande dificuldade.
Depois de ter trabalhado como professor, a dar aulas, foi ao lado de Vítor Manuel que Vítor Bruno se estreou como membro de uma equipa técnica. Em 2009, mudou-se para Angola para trabalhar no Primeiro de Agosto. A aventura africana ainda incluiu uma passagem pelo U.S.M. Blidá, da Argélia, mas foi breve. Em 2009/10 Vítor Bruno estava na Naval com Augusto Inácio, técnico que acompanhou na temporada seguinte à frente do Leixões.
Um momento decisivo na carreira do conimbricense aconteceu em 2011/12, quando integrou o grupo de auxiliares de Sérgio Conceição, que se estreava como treinador principal ao serviço da Olhanense. Manteve-se ao lado do treinador mais titulado do FC Porto por 13 temporadas, incluindo as passagens por Académica, SC Braga, Vitória de Guimarães e Nantes, de França. No arranque de 2017/18, Conceição foi o escolhido para devolver o FC Porto aos títulos. Vítor Bruno seguiu-lhe os passos com toda a naturalidade.
Ao longo de sete temporadas, enquanto adjunto, Vítor Bruno contribuiu para a conquista de três Ligas, quatro Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga, e ainda para campanhas internacionais que incluíram duas vitórias na fase de grupos da Liga dos Campeões e duas qualificações para os quartos de final da mais importante competição de clubes do mundo.
Durante o tempo em que estreve no FC Porto, Vítor Bruno substituiu Sérgio Conceição no banco de suplentes em 17 ocasiões em que a equipa azul e branca somou 15 vitórias e dois empates. No final, apresentou-se sempre perante a comunicação social com discursos claros, ricos em conteúdo e imbuídos dos valores que caracterizam o clube.
Quando foi distinguido com o Prémio Carreira pela Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, em março de 2024, Vítor Bruno escreveu que no futebol “apenas sobrevivem os apaixonados que vivem a causa de forma intensa e dedicada”. Aposta de André Villas-Boas para começar um novo ciclo à frente da equipa principal do FC Porto, terá a oportunidade de desempenhar um papel diferente no meio a que pertence desde sempre. A paixão e a ambição permanecem.
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