O FC Porto fez uma das melhores exibições da temporada, mas bastou um minuto de desconcentração para deitar tudo a perder e empatar com o Sporting (2-2), no jogo de encerramento da 31.ª jornada da I Liga. Os dragões queriam proporcionar a André Villas-Boas uma vitória inesquecível no primeiro jogo após ser eleito presidente, mas relaxaram cedo demais e Gyokeres fez dois golos em dois minutos, sentenciando o empate final.
Os treinadores começaram a mexer com o Clássico já antes do apito inicial, através da escolha dos onzes titulares. Sérgio Conceição surpreendeu ao dar a titularidade ao jovem Martim Fernandes na lateral direita, que substitui João Mário, além de ter lançado Zé Pedro no lugar de Pepe. Na baliza Diogo Costa voltou de lesão para a vaga deixada em aberto pela saída de Cláudio Ramos e na frente de ataque Evanilson relegou Taremi para o banco de suplentes.
Já Ruben Amorim também trocou duas peças em relação à equipa que começou contra o V. Guimarães e fez subir Gonçalo Inácio, deixando de fora Nuno Santos, com Diomande a assumir o eixo defensivo. No ataque Paulinho surgiu na posição de Gyokeres, que acabou por ser lançado na segunda parte.
Findado o período eleitoral, iniciou-se uma nova era, mas não sem antes haver uma homenagem a Pinto da Costa por parte dos adeptos, que não esqueceram os últimos 42 anos de presidência. Ainda assim, quando a bola começou a rolar os azuis e brancos entraram em campo de cabeça limpa e foi um verdadeiro arranque de dragão.
Francisco Conceição já tinha avisado do perigo mas os leões não fizeram caso. Pouco depois, Franco Israel fez um péssimo passe, que sobrou para Pepê isolar Evanilson e o avançado não tremeu na cara do guarda-redes uruguaio.
O jogo assumiu um ritmo frenético e seguiram-se jogadas muito perigosas por parte das duas equipas, mas a equipa leonina sentiu que precisava de correr atrás do resultado e tentou assumir mais as despesas da partida.
O primeiro tempo ia a meio, em ritmo frenético, quando surgiu o lance mais polémico dos 45 minutos iniciais: Diomande tentou aliviar a bola, mas deu uma cotovelada a Evanilson na extensão do movimento, algo que o árbitro Nuno Almeida considerou involuntário, decisão que passou no crivo do VAR.
O jogo foi correndo e quis o destino que Pepê aumentasse a vantagem, um minuto antes de nova homenagem a Pinto da Costa ao minuto 42. O estreante Martim Fernandes fez uma cavalgada supersónica pela ala direita e encontrou o camisola 11 com um passe tenso que o deixou na frente de Israel e o brasileiro só teve de escolher o lado para dilatar a vantagem portista.
O arranque do segundo tempo foi o espelho do primeiro e a intensidade estava nos píncaros. O FC Porto apresentou uma mobilidade muito interessante na frente de ataque e o primeiro grande lance de perigo surgiu dos pés de Francisco Conceição, que com o pé direito não conseguiu assustar Franco Israel.
O Sporting tentava criar perigo através da profundidade dada por Gyokeres, mas os dragões estavam sempre muito organizados defensivamente e não davam um palmo de espaço. Depois, já com bola, souberam ter a paciência necessária, misturada com o atrevimento de sair em jogadas rápidas quando necessário.
À medida que os minutos iam passando, os azuis e brancos tornavam-se cada vez mais senhores do jogo, permitindo a iniciativa aos leões, para depois aproveitar o espaço deixado nas costas. Em vantagem, acalmaram o ritmo do jogo e conseguiram suster a fase de maior pressão, realizando uma exibição irrepreensível quando não tinham a bola.
Inevitavelmente, a equipa de Rubem Amorim foi-se instalando no meio campo adversário, mas não estava a ter a criatividade necessária para marcar. até ao minuto 87. Coates viu a desmarcação de Nuno Santos pela esquerda e o camisola 11 fez um cruzamento milimétrico para Gyokeres reduzir a desvantagem.
A bola foi ao meio-campo e nem houve tempo para repensar a estratégia pois Geny Catamo recuperou a bola em zona alta do terreno, lançou Edwards e o britânico encontrou Gyokeres, que apareceu no sítio certo para empatar a partida, concluindo o bis entre os 87 e os 88 minutos.
Ainda antes do fim, Marcus Edwards envolveu-se com Galeno e acabou expulso após agressão ao brasileiro, encerrando assim um grande jogo, com emoção até ao fim.
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