O trajeto do FC Porto na I Liga de futebol 2016/17 tem sido marcado por oscilações, que já custaram sete pontos, com Nuno Espírito Santo em experiências, na mudança do ‘4-3-3’ de ‘sempre’ para um ‘4-4-2’.

Depois de muitos anos com um ponta de lança a ser servido por dois extremos, fórmula que deu quase sempre resultados, o ex-guarda-redes chegou e, ao quarto jogo no campeonato, mudou, passando a um esquema de dois avançados.

Nuno Espírito Santo experimentou primeiro o reforço Depoitre ao lado do ‘miúdo’ André Silva, mas ‘desistiu’ ao fim de dois jogos, entregando o lugar a Adrian López, o que, naturalmente, também não correu bem.

A terceira opção foi o jovem Diogo Jota, jogador emprestado pelo Atlético de Madrid, e veio para ficar, até porque o ex-jogador do Paços de Ferreira estreou-se logo com um ‘hat-trick’ e justificou, depois, a opção.

Encontrado o parceiro de André Silva, Nuno Espírito Santo parece, em definitivo, inclinado para este novo esquema, que abdica de extremos, o que tem custado o lugar a Corona (quatro jogos como titular) e ‘eclipsou’ Brahimi (um).

Em ‘4-4-2’, o FC Porto já somou, no entanto, dois empates a zero, nos redutos do atual lanterna-vermelha Tondela e, na última ronda, do Vitória de Setúbal, onde podia ter triunfado, mas não pelo grande número de ocasiões de golo criadas.

Os ‘dragões’ têm, ainda assim, o segundo melhor ataque, com 18 golos, contra 22 do Benfica, e repartem a melhor defesa com os ‘encarnados’, sendo que apenas sofreram um golo (3-1 ao Boavista) nas últimas seis jornadas.

Destaque também para o trajeto 100 por cento vitorioso dos portistas no Dragão, sendo a única equipa sem pontos perdidos em casa, em contraste com o trajeto fora: apenas dois triunfos em cinco jogos e um desaire, em Alvalade, por 2-1.

No coletivo dos ‘azuis e brancos’, o maior destaque tem sido um avançado, o jovem André Silva, de 20 anos, que soma sete golos no campeonato, sendo o segundo melhor marcador, atrás de Marega, maliano que o FC Porto emprestou ao Vitória de Guimarães e soma 10 tentos.

Depois de quase não ter contado para o espanhol Julen Lopetegui na época passada, André Silva acabou em ‘grande’, com dois golos na final da Taça de Portugal, perdida para o Sporting de Braga, e é agora um elemento fulcral na equipa.

Titular em todos os jogos, o jovem parece já ter também convencido o selecionador luso, Fernando Santos, tendo-se tornado o mais jovem jogador luso a marcar um ‘hat-trick’, nas Ilhas Faroé. É a grande arma dos ‘dragões’.

Se o ataque vive dos golos de André Silva, o setor recuado tem estado, como mostram os números, em muito bom plano, com Casillas na baliza, atrás de um quarteto composto por Layún, Felipe, Marcano e Alex Telles.

O veterano guarda-redes espanhol tem feito uma época regular, sem grandes altos e baixos, os laterais Layún e Telles têm estado tão bem que ‘impedem’ o regresso de Maxi Pereira ao ‘onze’ e, ao centro, o reforço Felipe e Marcano têm funcionado bem como dupla, pelo que Boly nem ‘conta’.

No meio campo, o técnico portista tem contado sempre com a força de Danilo Pereira, à frente da defesa, e a classe de Otávio, o grande desequilibrador da equipa, com Herrera (seis presenças), André André (cinco) e Óliver (cinco) a serem titulares na maioria dos encontros.

Com a mudança para o ‘4-4-2’, um dos médios ‘caiu’ para entrar Diogo Jota, que foi a terceira aposta de Nuno Espírito Santo, mas parece ter conquistado a titularidade, ‘desperdiçada’ por Depoitre e Adrian López.

Por seu lado, o extremo Corona tem sido, quase sempre, um dos primeiros suplentes a ser lançado pelo treinador portista, que, muitas vezes, para reforçar o miolo, coloca Ruben Neves para o lado de Danilo.