"Lancei-lhe o repto (a Fernando Gomes) para ser administrador da parte financeira da Liga e não me parece que tenha por trás um trajecto de liderança que lhe dê à partida condições para os desafios no futebol profissional", justificou o único candidato que já formalizou a candidatura à presidência da Liga.

Rui Alves, que se considera amigo de Fernando Gomes, não revela quais os clubes que o apoiam nesta corrida e, por isso, apelidou de "grotesca" a posição tomada pelo presidente do Varzim em ser porta-voz dos clubes da Liga de Honra, que na sua maioria estarão do lado do potencial candidato Fernando Gomes.

"Não devo revelar qualquer apoio, porque isso é retirar o secretismo ao voto. Ontem (quarta feira), assistimos a uma cena grotesca de tentar substituir o voto secreto por uma unanimidade na Liga de Honra que não existe. Lamento a posição do presidente do Varzim, que está há pouco tempo no futebol e a única coisa que tem no futebol é salários em atraso e jogadores a comerem bolachas ao almoço", criticou Rui Alves.

Com o slogan de candidatura "clubes a uma só voz", Rui Alves pretende realizar uma auditoria às contas da Liga deste mandato, promete concursos públicos na futura contratação de serviços, bens e pessoas e a apresentação ao governo de uma proposta do estatuto do adepto e de um fundo de garantia para o atleta de futebol profissional.

"Vamos fazer uma auditoria às contas da Liga relativas ao mandato que agora termina. Os clubes têm que saber onde se gasta os dinheiros e como se adquire bens e serviços, como se contrata técnicos para uma Liga que gere um orçamento superior a 10 milhões de euros", explicou.

Por isso, fará "concursos públicos para aquisição de bens, serviços e pessoal, porque não é normal gastar quase meio milhão de euros em aluguer de automóveis e os clubes não saberem como se escolheu essa empresa", exemplificou.

No projecto da sua candidatura irão figurar duas propostas a apresentar.

Primeiro, a "apresentação ao governo de uma proposta para a criação de um estatuto do adepto" e depois com uma proposta "de um fundo de garantia para o atleta profissional de futebol".

Rui Alves garante que será um presidente "totalmente independente de qualquer interesse económico, político ou clubístico e em equidistância com os três grandes clubes do futebol português" e diz ainda que "quase tudo está por fazer em matéria de gestão e desenvolvimento do futebol profissional em Portugal".