Estávamos na época 2003/2004, o Sporting tinha acabado de perder Cristiano Ronaldo para o gigante Manchester United. Tudo fruto de uma exibição portentosa do jovem madeirense aquando da inauguração do Estádio Alvalade XXI.

O Sporting precisava de uma nova referência no ataque e foi então que decidiu ir buscar ao Corinthians do Brasil, um avançado franzino de 25 anos, Liedson.

Fernando Santos, o então treinador leonino, lembrou ao Sapo Desporto como tudo se passou: “Com a saída do Cristiano Ronaldo, a equipa sentiu algumas dificuldades na capacidade ofensiva. Na altura nós estávamos à procura de um jogador e tínhamos boas indicações do Liedson. Foi negociado pelo doutor Bettencourt, o director desportivo Carlos Freitas e pelo Miguel Ribeiro Telles. Foi uma aposta essencialmente da direcção do Sporting através do conhecimento que tínhamos do jogador. Chegámos a acordo e ele veio para Portugal”.

A verdade é que Liedson demorou algum tempo a adaptar-se ao nosso futebol nos primeiros tempos de Sporting. Fernando Santos chamava-o mas não com regularidade, tendo sido até criticado pelo empresário do jogador:  “No princípio teve algumas dificuldades de adaptação, o que era perfeitamente normal. Era um jogador que vinha de outro continente e não conhecia a forma de jogar do futebol europeu. Mas depois nos treinos começou a mostrar as suas capacidades e as suas características: um jogador que fazia golos, a sua capacidade de trabalho em prol da equipa e rapidamente se tornou titular. A partir daí é a história que toda a gente conhece (…) tornou-se um jogador essencial”.

Passados seis anos será o luso-brasileiro um jogador muito diferente daquele chegou a Portugal?
“É um Liedson mais maduro, por aquilo que eu tenho visto. As suas características principais mantêm-se intactas. Uma capacidade de trabalho incrível, um grande jogador de equipa e depois a capacidade de fazer golos. Essas mantêm-se intactas”.

Sobre a sua chamada à selecção nacional, Fernando Santos não podia ser mais claro: “A partir do momento em que são cidadãos portugueses estão no seu pleno direito. Já houve outros casos em que isso aconteceu e portanto como jogador não tenho qualquer dúvida que ele tem valor para representar a selecção nacional”.

O técnico considera que a adaptação do levezinho será rápida e que o jogador poderá dar um importante contributo já nos próximos dois jogos: “Em termos futebolísticos é um jogador que já joga há seis anos em Portugal e a sua integração será rápida (…) Vai-se adaptar rapidamente ao colectivo da selecção”.