André Villas-Boas, ex-treinador da equipa principal de futebol, lançou hoje a candidatura à presidência do FC Porto, juntando-se ao empresário Nuno Lobo nas eleições para os órgãos sociais do clube, que deverão decorrer em abril. Eis o essencial do discurso do técnico de 46 anos, na Alfândega do Porto.
FOTOS: Apresentação da candidatura de André Villas-Boas à presidência do FC Porto
Frases marcantes do discurso de Villas-Boas
"O FC Porto precisa de mudança. Tenho vindo a preparar-me nesse sentido, ser um motor de transformação do FC Porto."
"Este é o momento, ninguém está aqui para trair ninguém ou para denegrir ninguém. O presidente é peça fundamental da sua história, é o presidente dos presidentes e assim será recordado para sempre."
"Em abril é fundamental que todos os sócios se desloquem a votar, sem medo de represálias, com coragem e determinação."
"No que respeita à remuneração fixa da administração, cortaremos em mais de 50% os cargos atuais."
"Não estamos aqui para vender o clube, mas sim para cimentar o associativismo do FC Porto."
"É essencial implementar medidas de gestão para restaurar equilíbrio financeiro do clube. Para isso, é preciso uma análise detalhada para compreender o atual descalabro financeiro."
"Uma academia que foi promessa eleitoral em 2016 é hoje, oito anos depois, uma promessa eleitoral."
"São inúmeros os jogadores a saírem a custo zero, as contratações falhadas por falta de análise, rigor e planeamento. Ou será que servem interesses de outros, alheios ao FC Porto?"
"Estamos a chegar cada vez mais tarde aos talentos, onde antes éramos uma referência mundial. Estamos a ser ultrapassados pelos nossos rivais mais diretos."
"Apresento esta candidatura para devolver o FC Porto aos sócios, para que o clube seja novamente uma fonte de alegria e vitórias, uma inspiração para os nossos jovens."
"A falta de transparência instalou-se com preocupantes conflitos de interesses, que parecem prevaricar contra os estatutos do clube."
"A três meses das eleições, estão a ser tomadas decisões estruturantes que podem hipotecar o futuro do FC Porto nos próximos 15 anos."
"Nos últimos 10 anos, o FC Porto conseguiu encaixar mais de 700 milhões de euros em vendas e, em 2015, fez o maior contrato de transmissões televisivas. Qual é a realidade atual? Um passivo de 500 M€ e uma dívida de 310 milhões de euros."
"Nos últimos 20 anos, o FC Porto gerou mais 2,9 mil milhões de euros em receitas, e hoje temos um clube incapaz de acautelar a sua responsabilidade."
André Villas-Boas, de 46 anos, passou pelo comando técnico do FC Porto em 2010/11 e arrebatou quatro competições, entre as quais a I Liga portuguesa e a Liga Europa, que representa a última das sete conquistas internacionais da história dos ‘azuis e brancos’.
Iniciada na Académica (2009/10), a carreira de treinador principal passou também pelos ingleses do Chelsea (2011/12) - numa época em que os ‘blues’ venceram a primeira Liga dos Campeões do seu historial e uma Taça de Inglaterra - e do Tottenham (2012-2013).
Seguiram-se experiências com o Zenit São Petersburgo (2014-2016), no qual venceu um campeonato, uma Taça da Rússia e uma Supertaça, com os chineses do Shangai SIPG (2016-2017) e com os franceses do Marselha (2019-2021), último clube por si orientado.
Antes desse percurso nos bancos, André Villas-Boas assumiu funções de observador no FC Porto, integrando as equipas técnicas do já falecido inglês Bobby Robson e de José Mourinho - com quem trabalhou igualmente no Chelsea e nos italianos do Inter Milão - e teve uma breve passagem como diretor técnico da seleção das Ilhas Virgens britânicas.
Técnico mais jovem de sempre a arrebatar uma prova europeia, o detentor do Dragão de Ouro de treinador do ano em 2011 junta-se agora a Nuno Lobo, candidato derrotado em junho de 2020, nas eleições do FC Porto rumo ao quadriénio 2024-2028, cuja data ainda será marcada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG), José Lourenço Pinto.
Pinto da Costa, de 86 anos, ainda não revelou se concorrerá a um 16.º mandato seguido, numa fase em que é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, tendo sido eleito pela primeira vez como 33.º presidente da história do clube em abril de 1982.
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