Bruno de Carvalho prossegue a sua batalha contra os fundos de investimento e em particular contra a Doyen Sports, entidade envolvida na polémica da transferência de Marcos Rojo para o Manchester United.
Em entrevista ao jornal francês L'Équipe, o presidente do Sporting voltou a destacar os problemas que associa aos fundos.
"Somos fundamentalmente contra a entrada no futebol de dinheiro cuja proveniência não conhecemos, para realizar negócios desequilibrados. Se virmos bem, os fundos ganham sempre dinheiro, sejam os jogadores que eles transferem bons ou maus. Por isso nós exigimos no mínimo três coisas: primeiro, avaliar as experiências passadas e atuais, para evitar que o futebol entre neste mundo sem se medirem as consequências. Segundo, saber quem são os parceiros destes fundos, de onde vem o dinheiro. Terceiro, que os fundos não possam influenciar, de uma forma ou de outra, na gestão dos clubes", salientou.
"Os fundos querem criar dependência, um pouco como se vendessem droga. Esperam que os seus clientes queiram mais, sempre mais. É uma entrada num ciclo vicioso: mais dívidas, maior recurso aos fundos, por isso mais dívidas…"
Bruno de Carvalho recordou ainda aquilo que tem feito nesta cruzada contra os fundos. "Isto é a América dos 'westerns', a corrida ao ouro. Quando me tornei presidente do Sporting, 95% dos nossos jogadores eram controlados pelos fundos, e portanto tínhamos acabado de ter os piores resultados da história. A nossa dívida acumulada chegava aos 500 milhões de euros e tínhamos uma esperança de vida de três meses. Eu disse que não queria mais isto no meu clube. Na época seguinte ficámos em segundo e voltámos à Liga dos Campeões. Depois de eu ter acabado com os fundos, tivemos melhores resultados desportivos e recuperámos o equilíbrio financeiro", defendeu.
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