Depois do último ataque de Bruno de Carvalho, Godinho Lopes vai avançar já com uma ação em tribunal contra o presidente do Sporting por atentado ao seu bom nome.
O ex-presidente do Sporting explicou ao jornal O Jogo as razões que o levaram a antecipar a ação em tribunal contra os presidentes do orgãos sociais do Sporting, Bruno de Carvalho (Conselho Diretivo), Jaime Marta Soares (Mesa da Assembleia Geral) e Jorge Bacelar Gouveia (Conselho Fiscal e Disciplinar).
"Quando foram apresentados, numa assembleia geral, os resultados da auditoria da gestão de Filipe Soares Franco e da auditoria imobiliária de 2005 a 20013, estes senhores criaram uma grande confusão na cabeça dos sportinguistas. Numa reunião magna em que estiveram 970 adeptos - que se limitaram a votar o exposto de forma errada e incorreta pelo presidente -, foi apresentado um resumo projetado de uma auditoria imobiliária que nada tinha a ver com as razões da minha expulsão de sócio. No final, Bacelar Gouveia ainda tentou clarificar, mas a verdade é que a confusão criada levou os órgãos de Comunicação Social a apontarem uma série de irregularidades na área imobiliária que prejudicaram o meu bom-nome, imagem e relacionamento com as pessoas, que é o que me preocupa. Não podia deixar isso em claro. Como sou sportinguista e estou preocupado com o campeonato, que queria e quero ganhar, entendi que só deveria mover essa ação no fim da época. É importante saber que respeito Jorge Jesus e os jogadores, porque simbolizam o Sporting. Mas quando o presidente põe uma ação contra mim, o que ele está a dizer é "não, não, o campeonato não interessa; o que interessa é continuar a instabilizar o clube". E esta instabilização, mais uma vez, é colocar o meu bom-nome em causa".
Questionado sobre se a sua ação em tribunal é uma vingança pelo facto de ter sido votada a sua expulsão de sócio, o antigo dirigente dos "leões", diz a mesma tem por base "as inverdades" que formaram "uma opinião errada a seu respeito, sublinhando que está preocupado em voltar a ser associado do clube "só por ser".
"Uma assembleia geral só tem valor jurídico quando são votados os pontos previstos na ordem de trabalhos. A minha expulsão de sócio não estava lá. O que houve foi, da parte dos senhores que agora processo, uma manipulação da assembleia, no sentido de lhe transmitir inverdades que fizeram com que houvesse uma suposta votação. Não tem valor jurídico, mas acicatou os ânimos contra mim".
"Face à atitude que assume, Bruno de Carvalho faz com que eu tenha de ir contra eles, para demonstrar que as inverdades fizeram com que os adeptos do Sporting formassem uma opinião errada a meu respeito. Quando perceberem que foram enganados pelos atuais dirigentes relativamente à informação prestada sobre a minha gestão e todo o desenvolvimento do projeto imobiliário, haverá condições para a minha reintegração. Mais: foi colocada uma ação em tribunal de 31,6 milhões de euros contra a minha Direção, que afinal misturam com a do meu antecessor para dizer que sou responsável pela soma dos dois valores [73,6 milhões] Quando for demonstrado que essas ações não têm valor jurídico, poderia ser reintegrado. Não estou preocupado em sê-lo só por ser. Eu era do Sporting, hoje sou do Sporting e morrerei do Sporting. O que me preocupa é a verdade e a reposição da mesma. É nesse contexto que me vou defender", acrescentou.
Sobre as afirmações de Jaime Marta Soares, que se mostrou despreocupado com as ações que o vai mover "por virem de quem vem", Godinho Lopes diz não comenta "os comentários de outras pessoas".
"Eu li essas afirmações, já as esperava, mas não vou comentar os comentários de outras pessoas. Tenho razões para mover as ações e o tribunal decidirá. Ignoro o resto".
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