O Governo português mantém-se atento à situação da União de Leiria, mas só irá intervir quando for uma mais-valia, já que acredita que devem ser as entidades desportivas a auto regularem-se e encontrar mecanismos de sustentabilidade económico-financeira.
O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Mestre, abordou hoje a situação vivida pelo clube de Leiria e garantiu que o Governo «não fica indiferente», embora seja «defensor da autonomia do movimento associativo».
«Não me posso rever em situações que envolvam dívidas e salários em atraso, com os problemas humanos que isso acarreta. Há casos de fome. Há uma ideia errada de que os salários dos jogadores são todos elevados e isso não é verdade. O Governo espera que, dentro dessa autonomia do movimento associativo, as organizações desportivas sejam capazes de encontrar mecanismos de sustentabilidade económico-financeira, para que este tipo de situações não se volte a repetir», afirmou.
No entanto, Alexandre Mestre refere que «o Governo só deve intervir quando for uma mais-valia e um valor acrescentado», considerando que «devem ser as entidades desportivas, em qualquer modalidade, a auto regularem-se».
«A UEFA introduziu a questão do licenciamento e do ‘fair-play' financeiro. É uma questão de haver mecanismos de implementação e fiscalização adequados para que a ética no desporto seja salvaguardada. O Governo confia que as organizações desportivas sejam capazes de o fazer», adiantou.
De resto, o governante faz mesmo uma comparação com a qualidade do futebol nacional jogado dentro das quatro linhas, na esperança de que seja uma inspiração para os agentes desportivos.
«Se somos capazes de estar no topo, ao nível do ranking da FIFA e da UEFA, de ter grandes equipas nos melhores palcos europeus e mundiais, creio que os mesmos agentes serão capazes de ter mecanismos para que a nossa Liga esteja ao nível das melhores», acrescentou.
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