As infraestruturas desportivas e a formação de futebolistas, áreas nas quais Portugal se tem evidenciado, foram os dois temas esta quinta-feira em destaque no I Congresso Internacional do Futebol Profissional (Football Talks), que decorre em Cascais.

As escolas de formação portuguesa foram apontadas por Peter Kenyon, ex-diretor geral do Manchester United e do Chelsea, como um veículo de afirmação internacional do futebol português.

«A formação coloca Portugal acima da dimensão do país», disse Peter Kenyon, lembrando que alguns jogadores formados em Portugal «tornam-se sinónimos do futebol português», mesmo quando só se mostram fora do país em competições internacionais.

O antigo responsável de dois dos mais importantes clubes ingleses considerou também que em termos de infraestruturas para a prática do futebol Portugal é um país «fantástico», com condições superiores a países como a Itália.

Kenyon considerou que o franchising internacional «tem espaço para o futebol português» e defendeu a necessidade de Portugal, «criar um plano coletivo de internacionalização», aproveitando as prestações dos clubes fora do país, e nomes como José Mourinho e Cristiano Ronaldo.

As boas infraestruturas portuguesas, edificadas em grande parte devido ao Euro2004, estiveram também em destaque na intervenção de Daniel Ribeiro, responsável pelo projeto da realização da final da Liga dos Campeões 2011/12, em Munique.

«Portugal possui infraestruturas, desportivas e não só, ao nível do melhor que existe na Europa. Um dos maiores problemas com que me debato está relacionado com a antiguidade de alguns estádios, que não foram construídos a pensar no conforto dos espetadores. Em Portugal, esse problema foi resolvido com a construção dos estádios para o Euro2004», observou.

Na última intervenção da manhã, Michele Ferraris, diretor do projeto Milan Junior, explicou a aposta do clube transalpino na formação e a experiência das quase 240 escolas de futebol, dentro e fora de Itália.

O programa Milan Junior, que em Portugal envolve três escolas – em Lisboa, Porto e Madeira, é frequentado por mais de 35 000 crianças, com as quais trabalham 1000 treinadores, em 40 países.

Ferraris explicou que a ideia principal é a formação integral, ao nível físico e pedagógico, e o princípio de que o futuro do clube começa hoje, apesar de muitos poderem não chegar aos grandes palcos do futebol.

«Todos sabem que o futuro começa agora, por isso, temos de nos concentrar nos protagonistas do futuro, que são as crianças. Alguns deles serão estrelas como Ibrahimovic ou Cristiano Ronaldo, mas a maioria serão meros adeptos de futebol», afirmou.

Promovido pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o congresso internacional Football Talks começou quarta-feira e prolonga-se até sexta-feira, em Cascais.