O DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação penal) e a PGR (Procuradoria-Geral da República) receberam segunda-feira uma queixa anónima contra o coordenador da Polícia Judiciária Pedro Fonseca, que é descrito como o elemento que "queria arrumar com o Benfica".
De acordo com o jornal A Bola, que teve acesso ao conteúdo da denúncia, esta "completa uma que foi feita há cerca de um mês e meio e que foi enviada à ministra da Justiça, procuradora-geral da República, diretor do DCIAP e diretor nacional da Polícia Judiciária". Então, referia-se "quem esteve por trás e qual a estratégia montada por quem roubou os emails do Benfica".
"Essa estrutura atuou em conluio com elementos afetos ao poder Judicial e comunicação social na altura identificados. Faltou saber quem era o elemento dentro da investigação, que era a verdadeira toupeira que passava as sucessivas informações dos processos para os órgãos de comunicação social e redes sociais à revelia dos procuradores e do interesse da investigação. Facto provado porque só quem estivesse por dentro da investigação é que poderia passar dados concretos e com este nível de detalhe e sempre contra a mesma identidade. Esse responsável é o inspector Pedro Fonseca da Polícia Judiciária, reconhecido pelos próprios colegas que quer subir na estrutura sem olhar a meios, de desmedida ambição e que em múltiplas conversas não esconde o seu portismo e que queria arrumar com o Benfica", refere a denúncia.
Pedro Fonseca, recorde-se, foi quem reportou a existência de uma alegada toupeira do Benfica no Campus da Justiça, dando origem ao processo no qual Paulo Gonçalves, assessor jurídico da SAD 'encarnada', é arguido.
"Quem fez chegar ao blogue Mercado do Benfica documentos originais internos, da sua própria responsabilidade, sobre uma denúncia anónima que tinha recebido e depois fingiu que poderia ter saído de uma alegada toupeira do Benfica, quando basta ver que o referido blogue é reconhecido por ser totalmente antibenfiquista e tem sido a central de ataque e de divulgação de e-mails do Benfica, para perceber que nunca será daí que essa informação sairia para o referido blogue?", pode ainda ler-se.
"Toda esta intervenção do referido inspetor tem procurado instrumentalizar o Ministério Público e o trabalho dos seus colegas. É ele que tem fornecido informação circunstanciada sobre horários e locais de busca, e que em diversos momentos em público não esconde o seu clubismo, vangloriando-se de passar informação que deveria estar em rigoroso segredo de justiça e procurando sempre que nas notícias se refira o seu papel nas investigações. A vaidade, a ambição e o clubismo têm a perna curta. Fica completo o quadro da estrutura que denunciámos anteriormente, que deve ser encarada com muita preocupação tendo em conta a capacidade demonstrada para roubar correspondência privada de uma instituição e montar toda uma estratégia com tentáculos na própria justiça", remata.
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