Jaime Marta Soares, Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, disse que não vai responder às cartas enviadas pelos sócios nas quais estes exigiam a criação de uma comissão conjunta para acompanhar e contar os votos da Assembleia Geral Extraordinária de dia 23.

"Não vou dar resposta a essas cartas, não cedo a pressões, porque tenho a consciência tranquila, eu e todos os membros da mesa. Da nossa serenidade, da nossa isenção, transparência, rigor e independência perante tudo e todos. Não estamos em nenhum lado, só do lado da independência, do rigor e da exigência", começou por dizer o líder da MAG em declarações à TSF.

Sporting: Grupo de sócios exige criação de equipa para fiscalizar AG de sábado
Sporting: Grupo de sócios exige criação de equipa para fiscalizar AG de sábado
Ver artigo

"Não precisamos mais do que os funcionários do Sporting, que sempre estiveram nessas funções. São pessoas credíveis, em quem confiamos. As urnas são transparentes, todos veem o funcionamento do ato, nada estará escondido a ninguém. Não vamos alterar o sistema que sempre deu bons resultados. Se sempre deu bons resultados e as pessoas não mudaram nem os princípios nem os valores, certamente vão manter este rigor. Fazer reuniões com quer que seja para desestabilizar”, acrescentou Jaime Marta Soares.

Por fim, o Presidente demissionário da MAG admitiu estar farto de mentiras. "Estou farto de ser enxovalhado, de ser insultado e de ouvir mentiras. 99 por cento do que tem sido dito são mentiras inacreditáveis. Não vou envolver-me nesse tipo de situações."

A carta dos sócios

As declarações de Marta Soares surgem no seguimento de uma minuta que começou a circular na internet esta terça-feira e que apelava a que os sócios sportinguistas preenchessem a dita minuta e a enviassem ao Presidente da MAG “a exigir a criação de uma Comissão conjunta para acompanhar a votação e a contagem dos votos”.

Na minuta, divulgada pelo advogado Pedro Proença nas redes sociais, podia ler-se que “No período conturbado da vida do nosso clube, qualquer facto ou insinuação que ponha em causa a transparência, isenção e legalidade da votação do próximo dia 23 de junho, afeta necessariamente e de forma gravosa a imagem do SCP, bem como os beneficiários diretos ou indiretos do resultado dessa votação, sejam eles quem forem.”

A crise no Sporting

A crise institucional no clube desencadeou-se após as agressões sofridas por vários elementos do plantel e da equipa técnica em 15 de maio, na Academia do Sporting, em Alcochete, levadas a cabo por cerca de 40 pessoas encapuzadas, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.

Depois destes acontecimentos, a Mesa da Assembleia Geral demitiu-se em bloco assim como a maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) por consideraram que Bruno de Carvalho não tinha condições para continuar a ser Presidente do Sporting.

Os órgãos sociais do clube de Alvalade ainda se reuniram por duas vezes, mas por não chegarem a nenhuma conclusão, Jaime Marta Soares decidiu marcar a Assembleia Geral para destituição do Conselho Diretivo liderado por Bruno de Carvalho.

O Conselho Diretivo, que não reconhece legitimidade a esta decisão, criou uma comissão transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma AG ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, análise da situação do clube e para esclarecimento aos sócios, e marcou uma AG eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho.

Dando provimento a uma providência cautelar interposta pela MAG, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa considerou ilegal a comissão transitória da MAG nomeada pela direção do Sporting, bem como as reuniões magnas por esta marcadas.