Perfeccionistas, exigentes e ambiciosos são algumas das características que definem Jorge Jesus e André Villas-Boas, treinadores do Benfica e do FC Porto, que Domingo se apresentam em barricadas opostas no “clássico” da 10.ª jornada da Liga de futebol.
Aqueles que de mais perto lidaram ou lidam com os dois técnicos, não regateiam elogios e, embora Jesus seja o campeão português em título e dono de uma “carreira extensa”, a diferença de 23 anos para o “rookie” André Villas-Boas não parece oferecer-lhe vantagem, tal o “conhecimento” do actual treinador do FC Porto.
Villas-Boas, com pouco mais de um ano como treinador principal (foi apresentado a 13 de Outubro de 2009 na Académica), já conquistou uma Supertaça (frente ao Benfica de Jesus) e segue líder no campeonato, com apenas um empate nas nove jornadas já decorridas.
Jesus, campeão no ano que chegou ao Benfica (também venceu a Taça da Liga), apelida-se de Mestre da Táctica e é o “trabalho, a exigência e a ambição” que fazem dele um “treinador competente”.
Lázaro Oliveira, treinador do Penafiel e ex-pupilo de Jesus no Estrela da Amadora, fala do antigo futebolista do Sporting (1975-76) como alguém que, por ser “muito exigente”, nem sempre consegue ser de “relacionamento fácil”.
“É uma pessoa extremamente metódica e perfeccionista. Tem um grau de exigência muito elevado com ele e transfere essa exigência para os jogadores, trabalhando as suas ideias até à exaustão. Apesar de aberto ao diálogo, nem sempre tem um relacionamento fácil”, disse à Agência Lusa Lázaro Oliveira, falando ainda de uma “personalidade que acredita muito nas suas capacidades”.
Pedro Roma, antigo guarda-redes da Académica e que fez parte da equipa técnica de Villas-Boas na Briosa, garante que a idade não faz do actual treinador do FC Porto um profissional menor, já que “as suas competências são uma evidência e tornaram-se totalmente perceptíveis” em Coimbra.
“Fundamentalmente, é perfeccionista e metódico como treinador. É capaz de retirar tudo de positivo dos jogadores e melhorar o que é menos positivo. Fora do campo, é uma pessoa amiga, divertida e muito afável”, garantiu Pedro Roma.
Pedro Bessa, agora no Sporting de Espinho, mas treinado por Jesus no Vitória de Guimarães, sublinha a importância que o líder do Benfica dá ao conhecimento dos adversários e a “exigência máxima e empenho” requeridos aos jogadores.
“Respira futebol 24 horas por dia. Privilegia os aspectos tácticos das suas equipas e trabalha as equipas da defesa para o ataque. Para ele, tão ou mais importante que ter a bola, é saber o que fazer quando a equipa a perde. Foi o melhor treinador que tive, a par de Jesualdo Ferreira”, sintetizou Bessa.
O defesa austríaco Markus Berger, da Académica, treinado por Villas-Boas em 2009/10, elogia a “tranquilidade” do treinador do FC Porto, “sempre preocupado com os jogadores” e dedicado “inteiramente” à sua profissão.
“É um grande treinador. Trabalha com grande intensidade e tudo o que está a conseguir este ano não me surpreende. Tem uma relação muito boa com os jogadores e consegue tirar o máximo de cada um. Realiza um grande trabalho no treino e isso, depois, nota-se em cada jogo”, revelou.
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