O jogo entre o União da Madeira e o Benfica, da sétima jornada da I Liga, foi adiado para uma data a ser marcada pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, por não ter existido acordo entre os dois clubes.

A partida que tinha início marcado para as 16:00 de hoje no Estádio da Madeira, no Funchal, foi adiada devido ao intenso nevoeiro.

Depois da espera regulamentar de 60 minutos, foi considerado não estarem reunidas as condições ideias para a realização do jogo, o qual foi adiado para uma data a ser determinada pela Liga.

O presidente do União da Madeira, Filipe Silva, afirmou que "em conversa com o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, ficou, nos termos regulamentares, de ser encontrada uma nova data para a realização do jogo", o que não foi conseguido.

O presidente dos madeirenses a antevê "dificuldades para o agendamento desse jogo, porque os regulamentos dizem no artigo 46.º, na alínea c, que o jogo terá de ser marcado entre duas a quatro semanas a partir desta data".

Filipe Silva considera que "houve alguma precipitação”, pois mais dez minutos e o campo estaria “completamente livre de nevoeiro".

"Nesta zona estas condições atmosféricas são recorrentes, mas tanto aparecem, como desaparecem. (...) Todos tentámos fazer o melhor, pena é que o jogo não se tivesse realizado", afirmou.

O presidente afirma convictamente, que "não se pode andar sempre a pedir ao União da Madeira que seja o regime de exceção", lembrando que, quando houve a anterior paragem para as seleções, o União jogou com o Guimarães, às 21:00 de uma segunda-feira, e tinha um jogador que foi convocado para a seleção, o André Moreira.

Nessa altura, segundo o líder do União, a Liga disse não haver problema e que bastava avisar a federação que o jogador se apresentaria não na segunda-feira, nas sim na terça.

“Não compreendendo porque este jogo não se poderia realizar amanhã [segunda-feira], mas esse será um problema que quem o criou terá de o resolver", disse.

Filipe Silva diz que poderá estar criado "um problema de articulação na Liga, não um problema de relacionamento", dizendo ainda que "esta situação poderá criar uma situação confusa dentro do campeonato português".

O presidente do clube madeirense afirma que o União da Madeira está disponível para "jogar em qualquer data, desde que seja entre duas a quatro semanas, como determina o regulamento", embora continue a achar que a melhor data seria segunda-feira.

Filipe Silva disse ainda que "se calhar, para o Benfica, era ótimo não jogar", não culpando Cosme Machado por esta situação, pois foi "muito pressionado, por uns para não jogar e por outros para jogar".

O presidente do União da Madeira voltou ainda a criticar o governo regional, em especial o anterior executivo, liderado por Alberto João Jardim.

"Temos um estádio que neste momento está vazio, que é o Estádio dos Barreiros, que foi cedido pelo anterior governo regional ao Marítimo, esquecendo que existem outras equipas na região que o utilizavam", disse, acrescentando que "um bem público passou a privado" e que estas são as consequências "de atos tresloucados que se fizeram no passado".

Para Filipe Silva, "o estádio foi dado de mão beijada a um clube, que o assume como seu, sem nada ter feito por isso", não havendo qualquer "diálogo com o Marítimo face à postura assumida".

"O União é a única equipa na Madeira que paga para jogar na Madeira. Não teve as mesmas condições que os outros tiveram, teve sim as mesmas para construir as suas oficinas de trabalho", disse considerando que a cedência do Estádio dos Barreiros "é lesiva dos interesses do União da Madeira e dos madeirenses".