Em estágio com o Al-Hilal na Áustria, Jorge Jesus recordou os dias que se seguiram ao ataque na Academia de Alcochete, a 15 de maio, considerando que o Sporting não devia ter jogado a final da Taça de Portugal, apenas cinco dias depois. Os 'leões' acabariam por perder o jogo no Jamor, frente ao Desportivo das Aves.
"Foram dias muito complicados para os jogadores do Sporting. Reconheço que não deveria ter aceitado jogar aquela final… deveria ter feito tudo para impedir a sua realização, eu e as pessoas que tem responsabilidade no Sporting. A verdade é que não olhei muito para os interesses do Sporting, olhei mais para os interesses do futebol", disse o técnico em entrevista à Bola TV.
"Achava que não era bom anular aquela final devido ao que se passou na academia. Tínhamos que mostrar que há quem manda, que as instituições não se intimidam. Quero agradecer publicamente ao presidente da Federação, Fernando Gomes, que teve o cuidado de me ligar várias vezes para saber se eu achava bem que a final se realizasse. Foi, de facto, um dia traumatizante para mim. Perdi finais da Liga Europa mas nenhuma me traumatizou tanto como a final da Taça de Portugal", acrescentou.
Jorge Jesus admitiu que recorda com frequência o ataque à Academia e diz compreender os jogadores que rescindiram contrato com os 'leões'.
"Foram momentos difíceis. Ninguém tem a noção do que se passou. Parecia um filme de terror… tochas nos balneários… ameaças alto e bom som que nos iam matar… agressões… não é por acaso que nunca mais consegui entrar na academia… até pedi ao Márcio e ao Paulinho para trazerem as minhas coisas… nunca mais lá entrei…", revela.
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