O treinador do Boavista destacou hoje os poucos golos sofridos pelo FC Porto e as muitas faltas cometidas pelos ‘dragões’, na antevisão da partida entre ambos na 10.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.
"Há dois parâmetros estatísticos de realce no FC Porto, que são o número de golos que sofreu até este momento no campeonato – foram quatro golos e dois deles num jogo [5-2 com o Portimonense, no Dragão – e o número de faltas que faz", apontou Jorge Simão.
O técnico ‘axadrezado’ especificou que não é fácil para "uma equipa que joga para ser campeã e está em primeiro lugar, que simplesmente concedeu um empate a zero fora de portas contra outro candidato [Sporting], sofrer quatro golos".
O outro ponto que Jorge Simão focou foi "o número de faltas" que o FC Porto comete "condicionando muito o jogo e a possibilidade de os adversários criarem dificuldades no último terço da equipa também".
Nas cinco últimas jornadas, de acordo com dados da Liga, os ‘dragões’ fizeram mais faltas do que os adversários em quatro jogos, sendo que com o Rio Ave (2-1) cometeram mesmo o dobro (13 contra 26), e só contra o Braga, fora (1-0), é que fizeram menos (21 contra dez).
Confrontado com o facto de as suas equipas nunca terem perdido em casa com os portistas, Simão disse são "estatísticas e curiosidades que não têm peso absolutamente nenhum naquilo que vai ser o jogo" no sábado.
O treinador, que ainda não perdeu para o campeonato desde que assumiu o comando técnico do Boavista, à sexta jornada, destacou que o encontro com o FC Porto, "por ser contra quem é, traz uma carga emocional diferente, não só para os jogadores, mas para todas as pessoas que vivem o clube".
"É um dérbi já com muita história, aliás, segundo aquilo que pesquisei, é o dérbi mais antigo do futebol em Portugal. Recordo o resultado desse primeiro dérbi, em 1907, que o Boavista ganhou por 5-1", referiu.
A carga emocional, para o treinador, é um aspeto positivo: "Tomara termos ambientes e jogos com esta carga emocional todas as semanas".
"Preparámos o jogo como preparamos qualquer outro, porque é um jogo que vale o mesmo, três pontos. É um confronto entre duas instituições que vivem momentos diferentes da sua história, porque já houve momentos do seu percurso em que estes clubes lutaram para os mesmos objetivos", afirmou.
Questionado sobre as possibilidades que o Boavista tem de surpreender o FC Porto, Jorge Simão recorreu às casas de apostas, nas quais “a percentagem de sucesso para o FC Porto está nos 91%”.
“Para nós resta nove por cento para dividir entre a vitória e o empate. Isto é o plano teórico. De acordo com as incidências do jogo, pode-se inverter", afirmou.
O técnico boavisteiro desvalorizou ainda a troca de guarda-redes no FC Porto, com Iker Casillas a ser substituído por José Sá.
"Quando uma equipa apresenta quatro golos sofridos em nove jogos é porque o guarda-redes não tem muito trabalho. Não é o guarda-redes que é o herói, é a própria equipa, a forma como defende, as zonas onde pressiona, a agressividade com que o faz e que faz com que a bola chegue menos vezes à área do FC Porto e que o guarda-redes intervenha menos vezes", analisou.
O Boavista não pode contar com os atacantes Iván Bulos, lesionado, e Rui Pedro, cedido pelo FC Porto, mas Jorge Simão disse esperar "ver um bom desempenho" do jogador que os substituir.
O Boavista, sétimo classificado, com 13 pontos, e o FC Porto, primeiro, com 23, defrontam-se no sábado, às 20:30, no Estádio do Bessa, em jogo da décima jornada da I Liga portuguesa de futebol, com arbitragem de Hugo Miguel, da Associação de Futebol de Lisboa.
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