José Veiga vai ter que ficar em prisão preventiva, no no âmbito da operação Rota do Atlântico. Já Paulo Santana Lopes, empresário e irmão de Pedro Santana Lopes, fica em prisão domiciliária, a aguardar julgamento. Maria de Jesus Barbosa, advogada, foi libertada mas fica com Termo de Identidade e Residência.
De acordo com o "Correio da Manhã", José Veiga e Paulo Santana Lopes foram interrogados durante o fim de semana, no Tribunal Central de Instrução Criminal, sobre o processo de compra do Novo Banco de Cabo Verde e, em particular, sobre os funcionários do Fundo de Resolução que tiveram intervenção no negócio.
José Veiga estava detido desde quarta-feira, ele que é suspeito dos crimes de corrupção, tráfico de influências e participação em negócio, entre outros.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), existem suspeitas dos crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influência, fraude fiscal e participação económica em negócio na compra e venda de ações de uma instituição financeira estrangeira, ações detidas por uma instituição de crédito nacional.
A investigação tem dimensão internacional, apresentando ligações com os continentes europeu, africano e americano, acrescenta uma nota da PGR adiantando que esta a ser também investigada a origem de fundos movimentados noutros negócios em que são intervenientes os suspeitos, nomeadamente, a celebração de contratos de fornecimento de bens e serviços, obras públicas e venda de produtos petrolíferos.
No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) realizaram-se na quarta-feira várias diligências, designadamente cerca de três dezenas de buscas a domicílios e sedes de empresas, a uma instituição bancária e a três escritórios de advogados.
Os detidos, alegadamente, celebravam contratos de fornecimento de bens e serviços relacionados com obras públicas, construção civil e venda de produtos petrolíferos, entre diversas entidades privadas e estatais.
Os proventos gerados com esta atividade eram utilizados na aquisição de imóveis, veículos de gama alta, sociedades não residentes e outros negócios, utilizando para o efeito pessoas com conhecimentos especiais e colocadas em lugares privilegiados, ocultando a origem do dinheiro e integrando-o na atividade económica lícita, acrescenta o documento.
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