“Foi um primeiro golo de sorte”, disse, sorridente, à Agência Lusa Kelly, precisando: “O Maykon bateu o canto, o Olímpio, que estava à minha frente, desviou ao primeiro poste e a bola, sem intenção da minha parte, acabou por bater-me no braço e entrar”.

O francês, de 32 anos, confessou ter ficado “surpreendido” com o desfecho do lance e “sem reacção” após o golo, embora satisfeito por ter contrariado o colega Filipe Anunciação, a quem era habitual ouvir dizer por brincadeira no balneário que nunca iria marcar na Liga.

“Nunca pensei que fosse entrar”, sublinhou, lamentando apenas que o golo não tivesse representado a conquista de pontos para o Paços de Ferreira, derrotado em Leiria por 2-1, em encontro da 24.ª ronda do campeonato luso.

Um desaire sem consequências, segundo Kelly: “Esta derrota não afecta o moral da equipa. Também já ganhámos no final do jogo, e só temos de trabalhar para voltarmos às vitórias, se possível já frente ao Belenenses”.

Apesar do golo e da titularidade, Kelly, em final de contrato e pouco utilizado esta época, admitiu ter “poucas possibilidades de continuar” no Paços de Ferreira.

“O clube já falou com outros colegas, o que não aconteceu comigo e, por isso, acredito que tenho poucas possibilidades de continuar”, sublinhou, dizendo ter preferência por continuar em Portugal, onde chegou há cinco épocas e meia, na altura para representar o Penafiel.

Kelly foi claro: “Quero continuar a ter prazer em jogar futebol e espero encontrar um clube, de preferência em Portugal, onde o possa fazer por mais uns anos, talvez mais dois ao mais alto nível”, acrescentou.

À Agência Lusa, o jogador admitiu ainda alguns excessos que o terão prejudicado no início da carreira: “Comecei a ganhar dinheiro e a gastá-lo. Tinha 20 anos e não me concentrei muito no futebol. Se tivesse sido mais sério nessa altura, teria feito por certo uma carreira melhor”.