Centenas de portugueses, na maioria vestidos de verde, festejaram a vitória do Sporting, que se tornou campeão português de futebol na terça-feira, no Lar dos Leões de New Jersey, Estados Unidos, com apoio, cantigas e bandeiras exibidas com orgulho.
Nos últimos minutos da partida entre o Sporting e o Boavista (1-0), já o Lar dos Leões de New Jersey, na cidade de Newark, estava dominado por adeptos a entoar cânticos, a dar abraços, a exibir bandeiras, a abrir garrafas de champanhe e a saltar na parte de trás de um automóvel pick-up estacionado.
Dezanove, o número de anos desde que o Sporting não era campeão, estava na mente das cerca de 300 pessoas que viram o jogo nesta associação portuguesa e que há muito esperavam este renascimento.
No meio de cervejas, bifanas, queijos, salsichas e frangos de churrasco, o dezanove era a única coisa “entalada na garganta”, disse à agência Lusa José Lima, presidente do Lar dos Leões.
O golo do Sporting neste jogo, quando ainda faltam duas jornadas para o fim do campeonato, resolveu e “soltou” o que estava “entalado” há quase duas décadas e representou para José Lima “o melhor” que podia acontecer.
“Como presidente, no meu mandato, o Sporting ganhar o campeonato, é muito especial para mim”, disse o responsável à Lusa.
“Uma casa linda cheia de sportinguistas é o que a gente quer”, acrescentou José Lima, presidente de uma associação que gere equipas de atletismo, futebol juvenil, tiro e outras modalidades desportivas nos Estados Unidos.
Por isso mesmo, o Lar dos Leões de New Jersey deixa a maior festa para sábado, quando se realizar o clássico entre Sporting e Benfica, com uma parada a ser preparada para as ruas de Newark que poderá contar com 800 a mil pessoas, segundo o presidente da associação.
Na terça-feira, vários adeptos estavam preparados horas antes da partida, a almoçar no Lar dos Leões antes do jogo que viria a começar às 15:30 na hora local (20:30 em Lisboa).
Durante o intervalo da partida, já com um golo marcado, os sportinguistas reunidos em Newark mantinham o nervosismo e esperavam um segundo golo para aumentar a vantagem e ficarem “mais relaxados”, disse Andrew Lopes à Lusa, o que não veio a acontecer.
A uma hora de jogo, cantava-se a plenos pulmões “Eu quero o Sporting campeão”. Quando havia perigo de empate, o grupo de centenas de pessoas ficava mais silencioso, para demonstrar fervorosamente o apoio e a indignação quando a bola voava perto, mas falhava o interior da baliza do Boavista.
Apesar de, na opinião de Andrew Lopes, ser “um bocadinho triste” por ser uma terça-feira, dia de trabalho para muitas pessoas que não puderam aparecer para festejar, os adeptos e sócios tentaram manter a união com a claque em Lisboa.
“Estamos a fazer o máximo possível para festejar igual como se estivéssemos em Portugal”, disse o sportinguista.
Andrew Lopes destacou “a sorte de ter os melhores adeptos de Portugal e, se calhar, do mundo”, porque apesar de não haver público nas bancadas, pela televisão conseguia ouvir-se o som dos “adeptos fora do estádio” de Alvalade, onde a partida se realizou.
Pinky, nascida nos Estados Unidos no seio de uma família com adeptos dos três grandes clubes portugueses – Sporting, Benfica e FC Porto – disse que as duas irmãs, apoiantes dos clubes rivais, já se tinham conformado e torciam pelo Sporting neste jogo decisivo.
Outros membros da família de Pinky também se juntaram à festa em Newark, onde não faltaram camisolas e cachecóis verdes, vuvuzelas, toalhas de mesa de verde e branco, bebidas e comidas para pôr fim ao “jejum” que os sportinguistas mantinham há 19 anos.
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