O Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) disse hoje esperar "boas notícias num curto espaço de tempo" sobre o regresso do público aos estádios", referindo que "algo inferior a 30%" será uma desilusão.
"Neste momento, temos tudo preparado para que as competições se iniciem, os planos contingência relativamente às acessibilidades já foram entregues nas entidades competentes e, portanto, tudo está feito para que as coisas comecem com toda a força", salientou Pedro Proença.
O presidente da Liga falava no âmbito da cerimónia do hastear da bandeira da ética e descerrar das placas de certificações da APCER, que teve lugar na sede da instituição, no Porto, e contou com a presença do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, e do presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Vítor Pataco.
"A única coisa que pedimos é que o futebol não seja tratado de uma forma discriminatória e temos a plena convicção de que teremos muito boas notícias num curto espaço de tempo", afirmou Pedro Proença.
Questionado sobre se os planos de contingência contemplam um número mínimo de espetadores nos estádios, num primeiro momento, o dirigente sublinhou que "a Liga tem noção clara de o que o processo tem de ser gradativo, mas algo que seja inferior a 30% para uma fase inicial ferirá a expectativa dos clubes".
Proença afirmou sentir "alguma dificuldade em entender" que outras atividades já tenham iniciado a sua retoma e futebol não.
"Todos assistimos a eventos como as feiras do livro, as touradas, hoje vai-se iniciar uma Festa do Avante e tenho a plena convicção de que tudo irá correr de feição", observou.
O dirigente apontou a realização, "em toda a Europa, de testes-piloto nos próprios estádios", indicando que a LPFP solicitou à DGS que se aproveitassem os jogos de caráter particular, que se realizam nesta altura, para testar processos e não obteve autorização.
"Temos a esperança de que na próxima semana isso já possa acontecer, porque quando começarem as competições queremos ter os nossos planos de contingência testados", destacou.
Pedro Proença disse que em Inglaterra se vão fazer "dois testes, no dia 08 e no dia 12".
Os planos das "36 sociedades desportivas" já foram apresentados e o presidente da Liga declarou-se convicto de que "as coisas vão correr bem".
"Percebemos que o acesso do público tem de ser feito de uma forma gradativa, mas, obviamente, queremos que o futebol não seja tratado de uma forma discriminatória. Nem o iríamos admitir", vincou.
O dirigente recordou que "o futebol, em momento nenhum, beneficiou de qualquer tipo de auxílio económico ou financeiro" e também está a ser atingido na sua saúde económica e financeira.
"Não podemos correr o risco de não morrermos pela doença e irmos morrer pela cura", resumiu, acrescentando que futebol também cria riqueza para o país: “Gera muito mais de 2.000 postos de trabalho, são mais de 890 milhões de euros de receitas e, portanto, é uma indústria que tem de ser tratada como outra qualquer".
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto e da Juventude sustentou que "o público faz parte do próprio espetáculo" e considerou "premente para os organizadores e para os clubes desportivos" que os jogos tenham espetadores.
Para João Paulo Rebelo, "os artistas deste espetáculo, que são os atletas, merecem também esse público".
"O governo tem procurado que a sua ação seja sempre gradual, para evitar ao máximo termos de voltar atrás", completou o secretário de Estado.
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