O facto de não ter vendido qualquer jogador em janeiro fez cair para 2,5 milhões de euros o lucro do Benfica no terceiro trimestre de 2011/12, revelou hoje o clube à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Num comunicado enviado à CMVM, a Sport Lisboa e Benfica - Futebol SAD explica que o facto de não ter procedido a qualquer venda naquele período fez cair o lucro, que foi de 6,2 em período homólogo na temporada passada e que foi justificado com a venda do brasileiro David Luiz aos ingleses do Chelsea.

Entretanto, no comunicado, o Benfica informa que o resultado operacional consolidado sofreu um grande crescimento devido ao desempenho na Liga dos Campeões, tendo os 10,7 milhões representado um aumento de 232 por cento face aos 3,2 milhões alcançados em período comparativo do exercício anterior.

Os proveitos operacionais consolidados também aumentaram em 13,2 milhões de euros e ficaram igualmente relacionados com o desempenho na Liga dos Campeões. O desempenho na “Champions” atingiu os 21 milhões de euros nos prémios distribuídos pela UEFA e os 5,4 milhões de euros nas receitas de bilheteira da mesma prova.

Também a nível interno foram registados aumentos, com o crescimento de 68 por cento nas receitas de bilheteira dos jogos da Liga nacional, mercê de um melhor desempenho do que na época anterior, e o aumento em 2,7 milhões de euros dos proveitos gerados por patrocinadores relacionado com a melhoria das condições do contrato0 com a Central de Cervejas.

Em relação ao aumento dos custos operacionais consolidados em 5,7 milhões de euros, é explicado que este se deve ao acréscimo do custo com o pessoal, relacionado com a estrutura do futebol profissional, designadamente pelos investimentos efetuados em novos atletas e pelos prémios de objetivo/desempenho distribuídos em consequência dos resultados desportivos alcançados.

O resultado verificado com transações de atletas ascendeu a 24,8 milhões de euros, sofrendo um decréscimo de 7,8 milhões de euros face ao período comparativo do exercício anterior, o que foi essencialmente justificado pela alienação dos direitos desportivos de Fábio Coentrão para o Real Madrid e pelo reconhecimento linear dos valores obtidos com o Benfica Stars Fund.

Já o resultado financeiro correspondeu a 12,1 milhões de euros negativos, o que corresponde a um acréscimo do prejuízo em 1,8 milhões de euros comparativamente com os 10,3 milhões de euros apresentados no período homólogo.

Esta variação deveu-se essencialmente ao aumento do endividamento médio do Grupo ao longo do período em análise e ao agravamento das condições de financiamento para a generalidade das empresas portuguesas.

O ativo consolidado atingiu os 402 milhões de euros, o que corresponde a uma variação positiva de 5,2 por cento face a 30 de junho de 2011 e é essencialmente explicada pelo aumento dos saldos de clientes, relacionados com a transferência do atleta Fábio Coentrão e dos outros ativos, devido ao registo de acréscimos de proveitos que serão revertidos até ao final do presente exercício.

Também o passivo consolidado aumentou 5,4 por cento, cifrando-se nos 400 milhões de euros, numa variação justificada pelo acréscimo verificado nas rubricas de empréstimos obtidos e de derivados.