Sporting e Benfica protagonizam, esta segunda-feira (21h30), o jogo ‘cabeça de cartaz’ da 16.ª jornada da I Liga. Em caso de triunfo, os 'leões' cavam um fosso de nove pontos para o rival, deixando-o numa situação frágil, embora matematicamente ainda passível de recuperação. Caso o dérbi termine com um triunfo benfiquista, a diferença ficará reduzida a três pontos e a luta pelo topo será relançada, face à proximidade do FC Porto, mas também do SC Braga (30 pontos).

Maniche faz parte de um lote restrito de jogadores que representaram os três grandes do futebol português. O antigo internacional português espera um dérbi "intenso" e "emotivo" e destaca a imprevisibilidade do confronto entre os dois emblemas de Lisboa.

"Um dérbi ou um clássico é sempre um jogo de tripla. Nem sempre as equipas que estão em melhor forma acabam por sair vencedoras. São jogos que estão dependentes de certos detalhes, como uma bola parada, um rasgo individual, até mesmo alguma interferência do próprio árbitro - que espero que não aconteça. Vai ser um jogo bastante equilibrado e intenso", começou por perspetivar o médio ao SAPO Desporto.

Na opinião de Maniche, este é o jogo do tudo ou nada para a equipa de Jorge Jesus, frente a um Sporting "confiante" e "motivado" pela liderança e pelo facto de ainda não ter perdido qualquer jogo para o campeonato.

"O Sporting está melhor neste momento, tem vindo a praticar um bom futebol, e o Rúben Amorim tem feito um excelente trabalho. A estrelinha de que falam até pode existir, mas se não houver trabalho, ela acaba por fugir, e o Rúben Amorim tem trabalhado para isso. Foi buscar jogadores que se ajustavam ao seu sistema de jogo, e o que se vê é um grupo bastante unido e coeso", analisa.

"Parece-me que o Benfica ainda não se encontrou em termos de exibições. Fez dois jogos assinaláveis contra o Estrela da Amadora e contra o FC Porto, mas a falta de entrosamento ainda é constante. A equipa perde muitas bolas, sobretudo na zona intermédia, e não tem qualidade suficiente para sair a jogar de trás. Isso nota-se quando o Benfica apanha adversários que pressionam bastante. Acredito que é isso que o Sporting vai fazer, pressionar o Benfica na primeira fase de construção e tentar dificultar-lhe o jogo por aí", projeta o ex-futebolista.

Ainda assim, defende, o Benfica terá de entrar em campo "com o intuito de ganhar o jogo". "Nem sequer pode pensar em empatar. Até porque o FC Porto está a melhorar e já está em segundo", nota.

De resto, o Sporting já sabe que não poderá contar com João Palhinha para o dérbi. O médio viu o quinto cartão amarelo no encontro frente ao Boavista e, por conseguinte, terá de cumprir um jogo de suspensão, neste caso frente ao Benfica. Maniche reconhece a preponderância do jogador no onze de Rúben Amorim.

"Evoluiu muito quando passou pelo SC Braga e agora no Sporting nota-se ainda mais a sua maturidade. Tem sido um pêndulo. Acredito que a equipa possa perder algum equilíbrio e alguma consistência naquela posição. Matheus Nunes [jogador que já tinha substituído Palhinha no Bessa] tem muita qualidade técnica, mas é um jogador totalmente diferente", defende Maniche.

Quanto à ausência de Jorge Jesus, infetado com COVID-19, o ex-futebolista considera que caberá aos jogadores não se deixarem afetarem pela ausência do técnico, que será rendido por João de Deus, tal como já tinha acontecido frente ao Belenenses SAD, para a Taça de Portugal.

"Jorge Jesus tem uma dinâmica muito própria, é um treinador que está sempre a incentivar e a alertar os seus jogadores, e isso pode mexer com a equipa. Mas o Benfica tem jogadores bastantes experientes, que certamente vão conseguir abstrair-se da ausência do seu líder. Os jogos resolvem-se dentro do campo", lembra.

O Sporting-Benfica, da 16.ª jornada da I Liga, está marcado para as 21h30 desta segunda-feira e pode ser acompanhado, ao minuto, no SAPO Desporto, com fotos e vídeos dos principais lances.