O treinador do Vitória de Guimarães, quinto classificado da Liga de futebol, defendeu hoje que as balizas deviam ser maiores dada a evolução da modalidade desde que foi criada há cerca de 150 anos.

O treinador abordava em conferência de imprensa a recepção, segunda-feira, ao Portimonense, da nona jornada, e assumiu a “lacuna” na eficácia ofensiva da equipa, considerando, porém, que, no futebol, “é mais fácil destruir do que construir” e, “ao contrário do que acontece noutras modalidades, nem sempre vence a melhor equipa”.

Isso acontece, segundo Manuel Machado, “por força do número de jogadores que, por vezes, se posicionam em 30, 40 metros do campo, do tamanho das balizas e do crescimento que se deu em 100 anos. Estas balizas foram desenhadas há cento e tal anos para homens que tinham 1,65/1,70 metros e hoje têm 1,90 ou 2,00 metros”.

“Se eu mandasse no futebol as balizas já teriam mais um metro para cada lado e meio metro para cima para estarmos na mesma proporção que estávamos há cento e tal anos. Se calhar, a verdade do jogo vinha mais ao de cima e o jogo ficaria mais bonito, atraente e com mais golos”, disse.

O técnico lembrou até o caso de António Jesus, antigo guarda-redes do Vitória recentemente falecido, “que tinha 1,74 metros e defendia uma baliza de 2,44 por 7,32 metros, mas hoje os guarda-redes têm mais 25 ou 30 centímetros. Os centrais também cresceram e, por isso, é muito mais fácil destruir e obstar a que se marquem golos”, notou.

O último triunfo do Vitória na Liga foi há mais de um mês e nos últimos três jogos somou duas derrotas e um empate, tendo entretanto eliminado da Taça de Portugal o Atlético da Malveira, da III divisão, em casa.

Manuel Machado não está preocupado porque considera que “o importante é que a equipa mantém os processos estabilizados e um nível exibicional bastante positivo”, mas assumiu “uma quebra de rendimento” nas duas últimas saídas, a Coimbra e Setúbal, onde registou duas derrotas.

Mas os adversários não foram melhores, considera, apenas “muito mais eficazes no momento da finalização”. Contudo, “a média de rendimento é de 1,55 pontos por jogo, o que, a ter continuidade”, será suficiente, segundo o treinador, para o Vitória atingir o seu objectivo final.

Sobre o Portimonense, classificou-o com um único adjectivo: “É uma equipa honesta”.

“Não tem grandes expoentes em termos de criatividade, mas é uma equipa que trabalha imenso, está muito bem estruturada e põe grandes problemas ao adversário - como se viu o Benfica teve que trabalhar muito para ganhar por um escasso golo. Por isso, espero um jogo de muita transpiração e paciência para ganhar os três pontos”, disse.

O Vitória volta a treinar domingo de manhã e só depois será conhecida a lista de convocados. O jogo tem lugar no Estádio D. Afonso Henriques, na segunda-feira, às 20h15, e será arbitrado por Vasco Santos, do Porto.