
Com o campeonato a entrar na sua fase decisiva, nem só o título e os lugares europeus estão por decidir. Tão o mais dramática ainda promete ser a luta pela permanência no escalão maior do nosso futebol.
A cinco jornadas do final, praticamente metade das equipas ainda não têm a manutenção matematicamente garantida. E se para algumas é apenas uma questão de tempo, para outras cada ponto é uma questão de vida ou morte, ou neste caso, de manutenção ou descida.
Boavista, Farense, AVS, Estrela da Amadora e Gil Vicente são as equipas que mais necessitadas nesta altura, havendo já um fosso de quatro pontos daí para cima. Entre estas há oito pontos de separação, isto sabendo que o 16º lugar ainda dará a possibilidade de manutenção através do 'playoff' com o terceiro classificado da Segunda Liga.
Boavista
Os axadrezados são os que têm a tarefa mais complicada, isto para não dizer "impossível". Há muito que o Boavista ocupa o último lugar da tabela classificativa, com apenas 18 pontos, fruto de quatro vitórias, seis empates e vinte derrotas.
O arranque de temporada nem foi negativo, com um triunfo na primeira jornada, contudo, com o desenrolar da época, foram notórias as fragilidades da equipa, tendo arrancado o ano com um ciclo de oito derrotas consecutivas.
As panteras estão atualmente a cinco pontos do lugar de 'playoff' e já a oito do primeiro lugar de salvação direta. Tendo em conta o caos vivido para os lados do Bessa ao longo desta temporada, com mudanças de direção, treinadores e impossibilidade de inscrever jogadores, é de realçar o facto o clube ainda estar com possibilidade de se manter na Primeira Liga.
Todavia, a tarefa será tudo menos fácil para a equipa agora treinada por Stuart Baxter. Até final os axadrezados visitam os redutos de Farense e AVS, adversários diretos, e do Arouca, recebendo por sua vez o Sporting e o FC Porto.
Farense
O Farense tem vindo, a espaços, a recuperar de um dos piores arranques de época da sua história na Primeira Liga. Ainda com José Mota aos comandos, os algarvios somaram seis derrotas e um empate nas primeiras sete jornadas, o que levou à saída do veterano treinador e à chegada de Tozé Marreco, após o ato falhado que vivenciou no Gil Vicente.
Desde a chegada do novo treinador, o Farense foi recuperando índices anímicos e mostrando mais qualidade de jogo, o que se refletiu em alguns pontos conquistados, e que parecia indiciar uma subida na tabela classificativa.
Todavia, o arranque da segunda volta em muito se assemelhou ao da primeira, com 13 jornadas consecutivas sem vencer, e apenas seis pontos arrecadados, o que deixou os algarvios no penúltimo lugar da tabela. A recente vitória em casa do Estrela da Amadora reacendeu a chama dos leões de Faro e manteve vivas as aspirações de manutenção.
Os comandados de Tozé Marreco irão receber no S.Luiz o Boavista, o Famalicão e o Santa Clara, deslocando-se aos redutos de Gil Vicente e Vitória SC.
AVS
A temporada do AVS também não primou pela estabilidade. Promovidos ao primeiro escalão após 'playoff', os avenses tiveram um arranque de campeonato pouco animador, com apenas duas vitórias em onze jogos, e que ditou a saída do treinador Vítor Campelos.
Para o seu lugar chegou Daniel Ramos que, no mesmo número de jogos, apresentou um registo pior, com apenas um triunfo, e onde se destacou o empate imposto em casa ao Benfica.
O terceiro treinador da temporada é Rui Ferreira. O técnico não está a ter um desempenho superior aos seus antecessores, trazendo até a esta altura um registo de cinco derrotas consecutivas e apenas uma vitória.
Até ao final do campeonato, os avenses defrontam dois adversários diretos (Boavista em casa e Estrela da Amadora fora), isto para além da deslocação ao Estádio da Luz e das receções a Casa Pia e Moreirense.
Estrela da Amadora
O Estrela da Amadora atacou a nova época com muitas alterações, quer no plantel, quer na equipa técnica. Filipe Martins assumiu os comandos da equipa no arranque da temporada, mas chegou apenas à sexta jornada, isto após quatro derrotas e dois empates.
Para o seu lugar chegou José Faria, que conseguiu que a equipa usasse o Estádio José Gomes como principal fonte de pontos, tendo conquistado quinze contra os nove amealhados fora de portas. A última derrota em casa com o Farense, adversário direto, impediu os tricolores de darem um salto na classificação e afastar-se da zona perigosa.
Nos últimos cinco jogos, o Estrela da Amadora recebe o FC Porto e o AVS, deslocando-se aos campos de Arouca, Rio Ave e Estoril-Praia.
Gil Vicente
A época do Gil Vicente teve o condão de se complicar ainda antes do primeiro pontapé na bola. Depois de toda uma preparação e trabalho de pré-época, Tozé Marreco saiu do comando técnico do Gil Vicente, que fez o primeiro jogo do campeonato com o interino Carlos Cunha.
Bruno Pinheiro assumiu em definitivo as rédeas da equipa daí para a frente e não se pode dizer que não tenha dado resultado ao início, ciclos de cinco e de seis jogos sem perder, este último incluído um triunfo sobre o FC Porto e um empate com o Sporting.
Contudo, após o triunfo com os dragões, seguiram-se quatro derrotas consecutivas e o chicote voltou a estalar. Para o lugar de Bruno Pinheiro chegou César Peixoto que ainda não conseguiu dar a volta ao momento da equipa no pouco tempo que teve.
As quatro derrotas em seis jogos deixam os gilistas em zona delicada, mas com alguma margem de erro. Na reta final da liga, os minhotos recebem Farense e Arouca, e visitam os redutos de Nacional da Madeira, Sporting, e Rio Ave.
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