O Benfica saiu do Estádio do Dragão vergado a uma derrota por 2-1 e perdeu o primeiro lugar do campeonato para o rival. Ainda assim, poucos poderão dizer que a exibição do Benfica foi pobre.
Optando por jogar deliberadamente em contenção e à espera dos erros do FC Porto, o Benfica apostou tudo em tapar os caminhos da baliza de Artur e sair em golpes rápidos de conta ataque para surpreender Helton, mas sem com isso abdicar de jogar quando tinha bola e podia criar perigo.
Nesse sentido, Jesus optou por uma equipa a atuar em bloco, em que todos subiam e, mais importante, todos reajustavam posições na hora de defender, quando eram os azuis e brancos que tinham a bola.
Nesse plano, destaque natural para os homens de meio campo. Matic e Enzo assinaram mais uma grande exibição no Dragão. O sérvio enorme a tapar todos os espaços e a recuperar bolas e o argentino a contemporizar o jogo encarnado e a pautar os ritmos.
Mais atrás, no eixo da defesa, Luisão e Garay estiveram implacáveis na marcação e obrigaram Jackson a jogar fora da sua zona. Foi usual ver o colombiano procurar bola na zona de meio campo sem espaço para vingar na área.
Na frente, Lima marcou e trabalhou sempre muito, ora arrancando de trás, ora segurando a bola para os apoios das alas. Nesse espaço, Gaitán esteve discreto mas não comprometeu, Salvio foi essencial a manter a bola na posse das águias e Ola John aquele que esteve mais apagado e sem espaço e velocidade para atormentar a defesa azul e branca.
Uma palavra ainda para André Almeida, aposta segura de Jesus na lateral esquerda. O jovem atuou sereno e raramente perdeu um lance. Já do lado oposto, Maxi Pereira não pode dizer o mesmo: teve sempre grandes dificuldades para segurar o endiabrado Varela e no primeiro golo portista acaba por ser ele, com um desvio infeliz, a bater Artur.
Em suma, exibição bem conseguida da equipa de Jorge Jesus, que é claramente penalizada pelo resultado final, que coloca os encarnados fora da rota do título.
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