O defesa direito português assumiu recentemente numa entrevista que a sua saída de Alvalade esteve diretamente relacionada com a chegada de Bruno de Carvalho à direção do Sporting e acusou a administração leonina de ter-se aproveitado do facto de ser sportinguista para lhe baixar o salário.

Numa entrevista ao jornal O JOGO, Miguel Lopes não escondeu a mágoa pela forma como saiu do Sporting para rumar à Turquia, onde foi eleito na época passada o melhor lateral direito do campeonato turco ao serviço do Akhisar.

Sportinguista assumido, Miguel Lopes assumiu ter saído do clube do coração com uma sensação de frustração e revelou que o atual presidente do Sporting lhe exigiu uma redução de salária para que pudessse jogar.

Em declarações ao referido diário desportivo, o lateral direito que passou pelo FC Porto revelou que começou a ter problemas em Alvalade a partir do momento em que Bruno de Carvalho chegou à presidência do clube.

"Sem dúvida nenhuma. A passagem pelo Sporting foi uma experiência agridoce. Ao princípio foi tudo muito bonito, porque estava no clube do meu coração, mas penso que merecia muito mais oportunidades do que as que tive. Acho que se falou demasiado do meu ordenado. Disseram que eu ganhava um milhão de euros, mas nunca cheguei a esses números", começou por dizer Miguel Lopes.

"[Quando começaram esses problemas relacionados com o meu salário?] Desde a entrada do presidente Bruno de Carvalho. A partir daí fui visto de outra forma: não como um jogador, mas como um ativo de mercado do qual faziam aquilo que queriam. Apanharam um jogador que dava tudo pelo clube e aproveitaram-se da situação. Estavam sempre a falar em baixar ordenados e prémios e eu até aceitei uma vez, mas não o iria fazer uma segunda vez", revelou Miguel Lopes.

"Quando entrou o Marco Silva ainda fiz o esforço de baixar o salário para ficar essa época. Mas depois voltámos outra vez à mesma história: tinha de baixar ordenados e prémios. Nunca percebi qual era a intenção do presidente e da administração em insistir nisso para que pudesse jogar. Eles sabiam que eu era sportinguista e então puxavam sempre por essa história. Queria sentir-me especial no Sporting e isso nunca aconteceu. Fiquei um bocado magoado com o clube e, atenção, que sou sportinguista até morrer. Não tem nada a ver com o futebol e com os adeptos fantásticos", acrescentou Miguel Lopes.

"Não cheguei a falar com o míster [Jorge Jesus], mas falei com o braço-direito do presidente [n.d.r. não quis revelar o nome] abertamente. Eu disse que até renovava, mas não pelo valor que eles queriam. Ficaria em Alvalade com muito gosto se igualassem a proposta do Akhisar, mas não o fizeram e, automaticamente, eu segui a minha vida. Se quisessem muito ter ficado comigo tinham igualado a proposta e assinava na hora. Neste momento sou feliz, o Sporting está a fazer um grande campeonato e espero que continue assim", sentenciou Miguel Lopes.