O treinador Moreno Teixeira disse hoje que “não cometeu crime nenhum” ao assumir o comando do Vitória de Guimarães, da I Liga portuguesa de futebol, após as alegadas irregularidades apontadas pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF).

Ainda sem o nível IV nos cursos de treinador homologados pela UEFA, Moreno Teixeira substituiu Pepa há uma semana, e a ANTF alegou, na segunda-feira, que a decisão tomada pela administração da SAD minhota constituiu um “atropelo” jurídico ao Regime de Acesso e Exercício da Atividade de Treinador de Desporto, mas o técnico recrutado à equipa B dos vimaranenses rejeitou ter contido qualquer “crime”.

“Sou sócio da ANTF, com as quotas em dia. Ao ler aquilo, parecia que tinha cometido um crime. Senti desconforto e preocupação ao ler aquilo (...). Não cometi crime nenhum. O meu foco está no jogo de amanhã [quinta-feira]”, afirmou, na antevisão da receção aos húngaros do Puskás Akadémia, referente à primeira mão da segunda pré-eliminatória da Liga Conferência Europa.

Moreno Teixeira confessou até ter receado o que treinador-adjunto mais recente da sua equipa técnica, João Aroso, poderia ter “pensado daquilo”, e vincou que o técnico recém-contratado rumou a Guimarães por mais razões do que a conclusão do nível IV de treinador.

“Se pensam que o João Aroso entrou cá por ter o nível IV, estão muito enganados. Queria uma pessoa com nível IV, mas que nos viesse acrescentar qualidade, competência, ponderação na competição e experiência acumulada com grandes profissionais”, acrescentou.

O ‘timoneiro’ de 41 anos disse até que se sente “um líder muito confortável” desde que a equipa técnica ficou completa, já que tem “pessoas da máxima confiança” a trabalhar consigo.

Na sequência da promoção de Moreno Teixeira à primeira equipa do Vitória de Guimarães, a ANTF pediu uma tomada de posição à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, por entender que a circunstância “desvirtua a verdade desportiva” e prova o “constante clima de afronta às leis da República não pode continuar num Estado de Direito”.

“Lamentamos que num país com os melhores jogadores e treinadores do mundo se continue a assistir, impunemente, a constantes atropelos à lei, (...) desconsiderando – desvalorizando até –, o esforço dos treinadores (...) que cumprem o estatuído na lei, investindo de forma séria, comprometida e sem ultrapassagens pela direita, na sua carreira profissional e na sua formação profissional”, lê-se no comunicado da associação.