Inácio, o último treinador português a sagrar-se campeão de futebol pelo Sporting, mostrou-se hoje «muito preocupado» com a atual crise em Alvalade e admitiu que ainda não entendeu «para que cargo foi destacado Jesualdo Ferreira dentro do clube».
O treinador de futebol, que esteve presente num jantar convívio sportinguista em São Pedro da Cova, Gondomar, e que contou ainda com a presença do candidato derrotado nas últimas eleições do Sporting, Bruno Carvalho, escusou-se a falar da contratação de Jesualdo Ferreira para o cargo do «manager do futebol sportinguista», mas admitiu ter uma «grande admiração pelo homem e pelo profissional».
«Não vou falar de Jesualdo Ferreira, que é uma escolha da atual direção e eles é que têm que responder. Tenho uma grande admiração por ele, é um grande homem do futebol, mas ainda não entendi qual é a verdadeira função que vai representar. É o treinador dos treinadores e eu nem sei o que isso quer dizer», disse.
Inácio não tem, no entanto, dúvidas de que Jesualdo Ferreira poderá fazer a diferença, referindo que «os grandes treinadores e as grandes pessoas do futebol acrescentam sempre alguma coisa».
Para Inácio, ouvir falar no Sporting e associar à manutenção na Liga «é uma grande tristeza».
«Dói muito falar em manutenção quando se está a falar no Sporting. Dói porque a grandeza do Sporting não permite sequer pensar que algum dia iriam estar nessa posição», referiu ainda.
Relativamente ao treinador leonino, Inácio afirmou que «não se pode crucificar Franky Vercauteren com tão pouco tempo de trabalho» mas admitiu que «para já, não houve melhorias na equipa» e acrescentou: «Alguns jogadores do Sporting se jogassem no FC Porto iriam jogar de forma diferente, até porque o FC Porto tem uma estrutura diferente. O jogador ali tem toda a estabilidade para trabalhar».
Inácio, que se revelou «muito preocupado com o rumo do clube», fez ainda uma análise ao trabalho desenvolvido pela atual direção.
«Quando se diz para ter paciência, pergunto se há alguma massa adepta tão sacrificada como a do Sporting», explicou o treinador que, apesar de tudo, garante que os «os mandatos dos presidentes não são para cumprir, são para serem honrados».
Já Bruno Carvalho não quis comentar a situação atual do Sporting, admitindo apenas que «deveria haver uma assembleia geral para poder dar voz aos sócios».
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