A chuva não tem dado tréguas ao nosso país e a cidade de Coimbra não é excepção, por estes dias. Um autêntico dilúvio fez-se sentir antes e durante o jogo. Perante tamanho temporal, o “novo” relvado do estádio Cidade de Coimbra ressentiu-se. Num relvado destinado à prática de futebol, mais parecia jogar-se pólo aquático, tal a quantidade de água existente no terreno.

O FC Porto de André Villas-Boas habituado a jogar com a bola no pé, a fazer imperar a maior qualidade técnica dos seus jogadores viu-se impossibilitado de praticar o seu estilo de jogo, tais as condições do terreno de jogo.

Durante a primeira parte, os azuis-e-brancos foram mais eficazes, mas foi a Académica quem dispôs de mais oportunidades de golo e que melhor se adaptou às condições do campo.

Bom exemplo disso, foi, aos dez minutos, um cruzamento de Miguel Fidalgo que encontrou ao segundo poste a cabeça de Diogo Valente. A verdade é que, em boa posição, o jogador português não conseguiu cabecear com sucesso, com Helton a segurar com facilidade o esférico.

O FC Porto respondeu, ao minuto 19, por intermédio de Falcao. Hulk entrou na área e caiu, reclamando falta de um adversário. Após esse lance, a bola foi a saltitar para o meio da pequena área, onde surgiu Falcao em boa posição, mas o colombiano, perante Peiser, pontapeou na atmosfera, perdendo-se um bom lance de perigo.

Após os primeiros vinte minutos, a equipa de Coimbra perdeu então a vergonha por completo e por várias vezes alvejou a baliza de Helton. A verdade é que Diogo Melo, Laionel e Sougou não conseguiram fazer a bola chegar ao fundo das redes da baliza do FC Porto.

Contra a corrente de jogo, surgiu então o golo do FC Porto. Aos 42 minutos, Álvaro Pereira fez um longo lançamento de linha lateral junto à área da Académica, Berger cortou mal o lance e a bola encaminhou-se para a pequena área pelo ar, aí surgiu Silvestre Varela a rematar à meia-volta, num bom gesto técnico, e a fazer o primeiro golo do jogo.

Durante o primeiro tempo, André Villas-Boas contou com uma contrariedade. Fernando saiu lesionado, no entanto Guarín entrou bem no jogo e a alteração não se fez sentir.

Já no segundo tempo, o FC Porto surgiu mais personalizado, mais perigoso e apostado em justificar a vantagem alcançada na primeira parte. Contudo, apesar de se sucederem as oportunidades de golo, a eficácia evidenciada no primeiro tempo parece mesmo ter ficado no balneário.

Falcao e Hulk dispuseram de uma mão cheia de oportunidades claras de golo, mas os dois jogadores mostraram não querer nada com a baliza defendida por Peiser, esta noite.

Aos 75 minutos, Hélder Cabral tocou com a mão na bola dentro da área e o árbitro Duarte Gomes assinalou grande penalidade. João Moutinho, chamado à conversão do castigo máximo, não fez melhor que os seus colegas, e atirou ao poste, falhando a hipótese de “matar” o jogo.

A Académica continuou, ao longo da segunda parte, a lançar bolas para as costas da defensiva portista, mas Maicon e Rolando mostraram-se intransponíveis, não concedendo espaço a Sougou e Miguel Fidalgo, coisa que tinha acontecido na primeira parte. As alterações levadas a cabo pelo técnico Jorge Costa (Éder, Júnior Paraíba e Habib) acabaram por não ter o efeito desejado.

No último fôlego, a Académica dispôs de um livre perigosíssimo à entrada da área portista. Hugo Morais atirou colocado mas a bola saiu à barra, na recarga Sougou atirou por cima.

Foi com o resultado (0-1), construído no primeiro tempo, que se chegou ao fim da partida. Com esta vitória o FC Porto passa a somar 25 pontos e repõe a vantagem de sete pontos sobre o segundo classificado, o Benfica. Apesar da derrota, a Académica continua no terceiro lugar, à espera do que os restantes adversários possam fazer nesta nona jornada da primeira Liga do futebol