Este artigo tem mais de 10 anos
A próxima época é ainda uma incógnita para o presidente da Académica de Coimbra.
O presidente da Académica de Coimbra, José Eduardo Simões, disse hoje que os clubes pretendem "trazer um novo 25 de abril ao futebol português", após sair da reunião com 27 clubes das ligas profissionais, em Fátima.
"Nós pretendemos trazer um novo 25 de abril ao futebol português e à Liga de clubes. A estratégia largamente votada por mais de 80 por cento dos clubes foi a destituição imediata do presidente da Liga, pelo perigo que corre o futebol português, e a marcação de eleições para dia 02 de junho, para que o modelo de governação da direção da Liga seja completamente alterado", adiantou José Eduardo Simões.
O dirigente anunciou ainda a vontade de ser criada uma comissão para "trazer democracia e transparência, trazendo de novo os clubes [à Liga] para que este modelo do presidente autocrata e ditador desapareça de uma vez por todas".
Confrontado com as declarações do presidente do Marítimo, Carlos Pereira, que referiu que "um grupo de clubes que não quer discutir o futuro, quer discutir pessoas” e que quer “dividir para reinar", o presidente da Académica foi parco em palavras.
"Eu não posso comentar aquilo que o presidente do Marítimo disse. Ele saiu sorrateiramente da reunião, sem se despedir de ninguém. O que posso dizer é que no dia 29 de outubro houve um conjunto de clubes que se reuniram neste mesmo hotel à revelia dos outros", referiu.
José Eduardo Simões prefere não comentar uma possível saída antecipada do presidente da Liga, Mário Figueiredo: "O que posso dizer é que o presidente do Benfica disse alto e bom som que o senhor Mário Figueiredo já devia ter saído há muito tempo. É um problema e está a fazer mal ao futebol português."
"Não tem condições para continuar há muito tempo, não sei por que é que se está a apegar ao poder", acrescentou o líder da Académica de Coimbra.
Os presidentes do Benfica, Marítimo e Sporting saíram a meio da reunião, mas José Eduardo Simões não considera que haja uma divisão entre os clubes, pois "estavam lá 27, ficaram 24, parece que quem ficou tem interesse pelo futuro futebol português e interesse positivo".
A próxima época é ainda uma incógnita para o presidente da Académica de Coimbra.
"Sabemos os negócios ruinosos que foram feitos com a TVI e muitos outros. Vamos tentar evitar que aconteçam mais negócios ruinosos. Saiu hoje no Diário Económico que a Zon e a Sagres vão sair do patrocínio da I Liga na próxima época. Portanto, isto não é nenhuma janela de esperança como falsamente o presidente da Liga, que parece estar na lua, dá a entender", referiu.
José Eduardo Simões recusou-se ainda a comentar uma alegada troca de insultos dentro da reunião: "Não me pergunte sobre o que se passa lá dentro, porque não digo. Apenas falo dos temas que foram tratados. E foram tratados temas importantes, de forma elevada, e sempre que foi possível houve uma larga unanimidade".
Comentários