O presidente da mesa da Assembleia-Geral (AG) do Vitória de Guimarães, João Cardoso, disse hoje à agência Lusa que a Direção do clube não cai automaticamente se as contas voltarem a ser chumbadas.
«Não sei onde as pessoas foram tirar isso, a Direção tem um mandato para cumprir e só no final dele cessa as suas funções, a não ser que peça a demissão ou seja demitida de acordo com o que os estatutos referem. Para isso, os sócios teriam que convocar uma AG extraordinária com esse objetivo preciso. Em mais nenhuma circunstância a Direção cessa as suas funções», explicou João Cardoso.
Os sócios do clube vimaranense chumbaram por larga maioria o relatório e contas de 2010/11 na AG de 28 de outubro, que apresentava um resultado líquido negativo de quase 2 milhões de euros (ME) e um passivo na ordem dos 15,1 ME.
Na altura, foi divulgado pela generalidade da imprensa que, em caso de novo chumbo, a Direção liderada por Emílio Macedo da Silva cairia, mas segundo o presidente da mesa da AG isso não está expresso nos estatutos.
«Não decorre de um eventual novo chumbo das contas a demissão da direção, de maneira nenhuma», reforçou.
Também não está estipulado nos estatutos que regem o clube vitoriano o prazo para a marcação de uma nova AG, na qual voltará a ser apresentado, discutido e votado o relatório e contas de 2010/11.
«Isso está omisso nos estatutos. Primeiro terá que haver uma reunião com o presidente da Direção para dissecarmos a forma como decorreu a anterior, o que talvez possa acontecer esta semana, e só depois disso vamos aferir das condições para a marcação da nova AG», disse.
Para João Cardoso, importa que surjam «novos dados que suportem a aprovação» das contas, mas para o dirigente não é, neste momento, “premente” a marcação da AG.
«Agora, o importante é que as pessoas se concentrem na equipa de futebol e que se reúnam as condições para que possa desenvolver o seu trabalho», disse.
Sobre uma iniciativa de um grupo de sócios que, há cerca de um mês, começou uma recolha de assinaturas para convocar uma AG extraordinária para destituir Macedo da Silva, João Cardoso disse desconhecer.
«Não tenho conhecimento nenhum sobre isso, só o que foi sendo falado nos cafés e nos jornais, objetivamente não tenho conhecimento», garantiu.
No final da conturbada AG de 28 de outubro, Macedo da Silva atribuiu a reprovação das contas «ao momento menos bom em termos desportivos», numa alusão ao último lugar que o Vitória de Guimarães então ocupava na Liga de futebol.
De então para cá, a equipa comandada por Rui Vitória registou dois triunfos consecutivos (sofrido com o Rio Ave, em casa, por 2-1, e goleada em Paços de Ferreira, por 5-1) e saltou para a 10.ª posição, com 10 pontos.
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