Na primeira entrevista após a demissão dos órgãos sociais do Sporting e da sua própria demissão, Godinho Lopes assume que se sentiu defraudado na expetativa de levar até ao fim o seu mandato e alerta que não permitirá que o próximo presidente engane os sócios.

O primeiro tema da entrevista é uma eventual recandidatura e Godinho Lopes deixa uma porta aberta.

«A partir do momento em que começou a surgir a possibilidade de eleições antecipadas, comecei a ficar contrariado porque entendo que os mandatos são para cumprir. Tinha três anos pela frente e para cada um deles foram criadas ideias que devem ser julgadas no final. Tenho dito e repetido que num mandato é impossível terminar um projeto sustentável e sólido, (…) mas nunca direi não ao Sporting. O Sporting é mais importante.»

Godinho Lopes afirma que o principal prejudicado com a sua demissão acaba por ser o próprio clube, critica algumas pessoas que minaram a atualidade do emblema leonino e alerta para as inverdades que vão encher o período eleitoral. Ainda assim, afirma que não fará campanha contra quem quer que seja.

«Não tenho direito a julgar ninguém nem a dar lições aos sportinguistas em quem devem votar. Caberá aos sócios fazer essa escolha. Conforme votaram em mim, devem agora escolher quem é o melhor candidato», garante Godinho, que adverte contudo para as difíceis condições financeiras com que o clube se depara e que nenhum candidato poderá ignorar.  

«O candidato que ganhar as eleições terá de se sentar com os parceiros financeiros e concluir a restruturação. Se quiser prosseguir a via que nós estávamos a seguir, precisará de 25 milhões de euros. Caso contrário, necessitará de 45 milhões até junho», explica o presidente leonino, que garante que vai ser completamente «neutro e imparcial» nestas eleições.

Ainda assim, deixa uma garantia:

«Prefiro arriscar o meu próprio nome, porque o Sporting é mais importante e não vou permitir que o clube saia prejudicado.»