O presidente da Associação de Futebol de Lisboa (AFL) desafiou esta quinta-feira o Ministro da Administração Interna (MAI), Miguel Macedo, a alterar a lei do policiamento para o futebol de formação e não profissional, antes que aconteça uma desgraça.

«Só quando houver uma desgraça no futebol não profissional é que o Ministro irá alterar a Lei? Fê-lo agora em relação ao futebol profissional, só por causa dos acontecimentos em Braga e Guimarães. É isso que queremos evitar, que não se previna e se aja só depois das coisas acontecerem», disse Nuno Lobo, em declarações à agência Lusa.

Nuno Lobo «desafia Miguel Macedo e o Conselho de Ministros a alterar nos próximos dias o decreto-Lei 216/2012», entretanto suspenso até 01 de julho de 2013,de modo a resolver o que considera ser o «maior problema que assola o futebol português na atualidade», que é «o policiamento do futebol de formação e do futebol não profissional».

Para o líder da associação lisboeta, o novo decreto-lei aprovado esta quinta-feira pelo Governo unicamente para o futebol profissional foi «uma oportunidade ímpar perdida para se discutir com todos os agentes do futebol a alteração do decreto-lei 216/2012».

Nuno Lobo apela a Miguel Macedo para, «pelo menos, discutir com o movimento associativo» sobre esta questão «tão relevante» para o futebol de formação e não profissional, sob pena daquele «voltar a reunir-se e a assumir novas ações de protesto».

Em novembro de 2102, o movimento associativo decidiu suspender todos os campeonatos a nível dos escalões de formação e do futebol não profissional, deixando 25 mil atletas sem competir, o que levou ao recuo do Governo e à suspensão do decreto-Lei 216/2012 até 01 de julho de 2013. O que significa que este entrará em vigor nessa data, caso não seja, entretanto, alterado.

O decreto-Lei em causa retira a obrigatoriedade de policiamento nos jogos dos campeonatos dos escalões de formação e dos campeonatos não profissionais, deixando ao critério dos clubes a solicitação das forças policiais e o respetivo pagamento.

Neste momento, o Estado paga o policiamento dos jogos dos escalões de formação, enquanto os clubes que participam nos campeonatos não profissionais se responsabilizam por esses custos.

O Governo aprovou esta quinta-feira um decreto-lei que torna obrigatório o policiamento dos espetáculos desportivos profissionais, continuando a caber aos clubes o pagamento do policiamento realizado dentro dos respetivos recintos.