O antigo treinador do Sporting, Paulo Bento, recordou este sábado a estreia de Rui Patrício na equipa principal dos 'leões' a 19 de novembro de 2006, num jogo frente ao Marítimo, em que o jovem guardião foi crucial ao defender uma grande penalidade a 15 minutos do apito final.

Em declarações ao jornal Record, o ex-técnico comentou a evolução de um dos melhores guarda-redes portugueses de sempre, e a forma como Rui Patrício foi lançado na equipa principal do Sporting em 2006 quando na véspera de uma deslocação à Madeira, Paulo Bento não podia contar com o titular Ricardo e o habitual substituto Tiago.

"O Rui encarou com tranquilidade, sabia aquilo que era a nossa ideia. Não me dá um orgulho especial pela questão de ter começado a jogar connosco. Tenho, sim, satisfação grande por ver que um jovem, num contexto difícil, teve uma capacidade de resposta tremenda. Fez, até agora, uma carreira extraordinária, fruto da qualidade e potencial. Mas acima de tudo, da vontade de aprender, trabalhar e humildade. Já revelava capacidade para assumir responsabilidades. Ao fim de 10 anos continuo a olhar para o Rui como um homem que mantém intactos esses valores. Isso vai mantê-lo muitos anos no topo do futebol europeu, que, para mim, é onde ele está. Aliás, se não tivesse sido eu a apostar teria sido outro. Era uma questão de tempo, devido ao seu potencial", afirmou Paulo Bento, recordando a conversa que teve com Rui Patrício.

"O grande contributo ao Rui não foi colocá-lo a jogar... foi, mais tarde, não o tirar. Não era fácil um jovem entrar para o aquecimento e já estar a ser assobiado. Aliás, houve um momento, acho que nunca lhe contei, após um jogo em Setúbal [derrota por 1-0, num lance em que Rui Patrício é mal batido], disse para mim que nunca o iria tirar. Foi o empurrãozinho que lhe podemos ter dado, o resto foi dele", sentenciou o treinador do Olympiakos.