Em dia de clássico, um resultado já clássico. O Sporting voltou a travar o FC Porto em Alvalade, renovando com um empate (1-1) um jejum portista de triunfos que já dura há seis temporadas. Um jogo emotivo, onde os leões foram mais acutilantes, mas viram a sua garra traída por um dos seus, com o autogolo de Sarr.

Alvalade ao rubro, apito inicial e golo do Sporting por Jonathan Silva (2'), após uma boa jogada de Nani e Cédric. Assim se resume o início do clássico desta sexta jornada da Liga. Um arranque demolidor dos leões – coroado com o primeiro golo do lateral argentino no campeonato – e que terá até apanhado de surpresa os seus próprios adeptos. E sem perceberem o que lhes havia acontecido estavam os jogadores do FC Porto, apáticos e já a perder com poucos segundos de jogo.

Julen Lopetegui seguiu a lógica de rotatividade e voltou a mexer na equipa do FC Porto. Cinco alterações (Fabiano, Martins Indi, Alex Sandro, Casemiro e Quaresma) no onze contra apenas uma no Sporting, onde Marco Silva apostou em Carrillo no lugar de Capel. A “estabilidade” leonina deu frutos imediatos, ao contrário da ‘revolução portista’.

Este filme esteve em exibição no relvado leonino durante praticamente meia hora: domínio claro e inequívoco do Sporting, expresso nas grandes atuações de William Carvalho, mais autoritário e confiante, Adrien, inteligente na organização da equipa, e João Mário, atrevido a apoiar Slimani. A este meio-campo dinâmico correspondeu ainda um Nani inspirado e que ameaçou o golo aos 36’ e 38’. Fabiano evitou o pior.

Os dragões quase não se viam em campo. Com um futebol desconexo, sem qualquer clarividência e demasiados jogadores desinspirados, Julen Lopetegui desesperava no banco. Mais do que a desvantagem no marcador, era a inépcia ofensiva que o deixava à beira de um ataque de nervos.

Ao intervalo, o técnico espanhol lançou Tello e Oliver para os lugares de Quaresma e Rúben Neves. Ato contínuo, o FC Porto transfigurou-se para melhor. Mais rápido, mais agressivo e mais dominador. O Sporting sentiu a reação e recuou. Recuou ao ponto de ficar demasiado perto da baliza de Rui Patrício e assim se atraiçoou a si mesma. Danilo fugiu no flanco direito e cruzou para um autogolo do infeliz Naby Sarr (56'), uma vez mais a exibir-se abaixo dos seus colegas.

Porém, a estratégia portista começou a perder gás com a lesão de Casemiro, o que obrigou à entrada de Reyes. Os dragões perderam alguma dinâmica e o Sporting voltou a reequilibrar o jogo.

Marco Silva também não queria deixar fugir a oportunidade de lutar pela vitória e lançou Capel, Montero e Carlos Mané. A baliza de Fabiano voltava a estar na mira leonina e o extremo espanhol chegou mesmo a atirar à trave. Nos instantes finais também o FC Porto podia ter saído vencedor, mas Tello falhou o golo.

O empate resistiu assim até ao apito final de Olegário Benquerença, deixando assim espaço ao Benfica para fugir na liderança da Liga.