António Sousa destacou-se como jogador ao serviço do FC Porto, onde esteve oito anos, mas passou também por Alvalade entre as épocas de 1984 e 1986. Hoje vive um interregno na carreira de treinador e revelou ao Sapo Desporto as suas previsões para o clássico de sábado, que coloca frente a frente Sporting e FC Porto.

“À partida, quem tem vantagem é sempre quem joga em casa. Apesar de o Porto estar a atravessar uma fase mais positiva e o Sporting se ter revelado algo intermitente ao longo da época, o factor casa é extremamente importante nestes jogos”, começa por dizer Sousa, que acrescenta que só mesmo o factor casa pode dar algum favoritismo aos leões.

“Só pelo factor casa é que o Sporting pode ser favorito, pois o Porto está a fazer uma época excelente, está a atravessar um grande momento de forma e tem jogadores que conseguem desequilibrar a qualquer momento. O Sporting tem naturalmente o desejo de fazer uma boa exibição e lutar pela vitória, mas não será fácil.”

Questionado sobre a chave do sucesso deste FC Porto de André Villas-Boas, António Sousa recorda que tudo começou com a vitória peremptória sobre o Benfica, na Supertaça Cândido Oliveira.

“O segredo do Porto começou muito cedo, principalmente com a vitória na Supertaça. O triunfo sobre o Benfica deu alento e confiança a todo o grupo, e sobretudo à equipa técnica, sobre a qual havia grandes dúvidas. A vitória na Supertaça funcionou como trampolim em termos anímicos e de confiança do próprio grupo.”

Apesar da supremacia azul e branca em todos os jogos, o treinador diz que o título ainda está longe de estar assegurado e que a equipa tem isso bem presente.

“O título não está ganho, apesar de a vantagem ser excelente. É uma margem de pontos que dá um grau de confiança altamente elevado. Certamente que as pessoas responsáveis sabem disso e os jogadores também estão alertados para o facto de em momento nenhum poderem facilitar.”

Quanto ao Sporting, embora reconheça que “a prestação da equipa está muito aquém daquilo que a administração e a própria equipa técnica pretendia”, António Sousa considera prematuro avaliar o trabalho de Paulo Sérgio, e muito menos pôr em causa a continuidade do técnico em Alvalade.